Síndrome do Impostor

  • post publicado em 11/10/23 às 21:22 PM
  • Tempo estimado de leitura: 4 minutos

 

O que é síndrome do impostor?

Na verdade as pessoas desejam de encaixar, rotular, colocar mesmo dentro de uma caixinha, assim, temos a sensação de que estamos melhores ou que sabemos realmente o que ‘somos’’. Vamos pensar juntos!

Diz-se muito, por aí, sobre a síndrome do impostor ou Síndrome do Fraude – Existe sim um fenômeno psicológico no qual, a pessoa tem a sensação, persistente, de ser inadequada e incapaz, mesmo que tenham conquistas e habilidades comprovadas. As pessoas que experimentam essa síndrome tem a impressão de que são impostoras ou fraudes, sentindo-se inseguras em relação às próprias realizações, trazendo um temor gigante de serem expostas como incompetentes

Às vezes tem-se a ideia de que se formos colocados em uma caixa, com síndrome disso ou daquilo, teremos mais paz ou tranquilidade.

Na verdade, isso não acontece! Infelizmente o nome da patologia ou mesmo da síndrome, muitas vezes, não diminui a dor que se sente, naquele momento!

Neste momento é importante:

Reconhecer que somos impostores em alguns momentos sim! Isso mesmo, às vezes não somos tão bons quanto as pessoas dizem ou quanto nos achamos! É essencial essa dúvida sobre quem realmente somos, a fim de que possamos ter, de vez em sempre, um olhar cuidadoso para com nossa prepotência e nossa arrogância.

Desenvolver a humildade: neste momento ressalto que humildade é para que você possa reconhecer o que não sabe fazer mas também o que você é bom! A humildade traz um senso de realidade, não de diminuição! Trata-se de olhar verdadeiramente para si e reconhecer, a partir do seu olhar, aquilo que faz ou não sentido, receber como elogio.

Ter cuidado com o olhar do outro: o olhar dos outros é fundamental para que possamos existir, pois nos reconhecemos, TAMBÉM, a partir dele. Porém, muita gente se torna dependente, única e exclusivamente do olhar do outro. Buscam sempre a confirmação! Você gostou do que fiz? Estou bem assim? Dessa forma é a melhor maneira? Desse modo, ficaremos cegos de nós mesmos.

Discriminar o olhar que me visita: ainda falando sobre o olhar do outro, é sempre válido lembrar que existem dois tipos de olhares. Aqueles que me visitam e os que me constituem. Mas como é isso? O olhar que me visita, são as percepções que os outros têm de mim em determinado momento. Dependendo de onde estamos e como nos relacionamos, temos várias pessoas nos avaliando. Como está nosso trabalho, nosso rendimento, nossa perspectiva de crescimento e assim por diante. Esses olhares são importantes na medida em que ajudam a entender quem somos em determinado momento de nossas vidas. São olhares que se tornam passageiros e que trazem consigo momentos de afirmação ou desconfirmação daquilo que estamos sendo ou fazendo.

Discriminar o olhar que me habita: por outro lado, existem olhares que nos habitam. Muitas vezes os olhares dos pais, familiares mais próximos ou pessoas a quem damos muito valor emocional. São olhares que nos acompanham dia após dia. Às vezes, mesmo que distantes, acabam por estarem presentes, os olhares, em tudo que fazemos. Se estes foram muito pesados, cheios de cobrança, desde os primeiros momentos da nossa vida, seja da carreira, do relacionamento a dois, ou mesmo na infância, acabam por permear todas as nossas relações e interferem, FUNDAMENTALMENTE, em como percebemos a nós mesmos, dia após dia!

Importante destacar que a Síndrome do Impostor não está relacionada à falta de competência ou habilidades reais. Na verdade, muitas pessoas bem-sucedidas e talentosas podem experimentar essa síndrome. Ela está mais relacionada a uma distorção da percepção de si mesmo e a crenças limitantes sobre o próprio valor e capacidade.

Alguns dos sinais comuns da Síndrome do Impostor incluem:

Autodesvalorização: as pessoas com essa síndrome têm dificuldade em reconhecer suas próprias conquistas e atribuem seu sucesso a fatores externos, como sorte ou circunstâncias favoráveis.

Medo de ser descoberto: existe um medo constante de ser exposto como uma fraude e de que os outros descubram que a pessoa não é tão competente e talentosa como parecem.

Necessidade de perfeição: há uma pressão interna intensa para alcançar a perfeição em tudo o que fazem, com um medo paralisante de cometer erros ou falhas.

Comparação constante: a tendência de se comparar com os outros e sentir-se inferior, mesmo quando os outros reconhecem suas habilidades e conquistas.

Dificuldade em aceitar elogios: As pessoas com Síndrome do Impostor tendem a minimizar ou rejeitar elogios, acreditando que não são merecedoras deles.

Como lidar com a Síndrome do Impostor

Para onde foi o meu olhar? Esta é a primeira pergunta que se deve fazer ao se perguntar sobre a síndrome do impostor!

Para lidar com a Síndrome do Impostor, mais do que buscar respostas, é importante uma conversa íntima com você mesmo e com a pessoa que te olha no espelho!

O que ela diz de você? tem uma visão realista de si mesmo? ou uma visão turva e enviesada por tantos olhares que acabaram por se constituir durante toda a vida? Estamos falando de uma visão realista e positiva? NÃO! Estamos propondo uma conversa sincera consigo mesmo, sem muita firula ou nomes bonitos, mas um papo sério!

Comece se perguntando se você acredita no que está fazendo. Você admira o que se propõe a executar todos os dias?

Mais que resposta trazemos perguntas para que você possa, intimamente, colher mais informações sobre esse Ser que o habita, sendo ele um impostor ou não.

É importante também, como uma forma complementar, um papo reto com amigos. Pense naquele que não quer conversar por ser franco demais. Esse é o verdadeiro amigo que vai lhe trazer uma visão real de si mesmo, sem puxar o seu saco, nem te encher de elogios vazios.

Familiares podem ser uma saída, mas tem que ter muita liberdade e maturidade para não virar briga depois!

Dr. Danilo Suassuna – Doutor em psicologia.

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Dr. Danilo Suassuna Martins Costa CRP 09/3697 CEO do Instituto suassuna, membro fundador e professor do Instituto Suassuna ; Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás(PUC-GO);

Especialista em Gestalt-terapia pleo Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestal-terapia de Goiânia (ITGT - GO). Doutor e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008) possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Pós-Doutorando em Educação;

Autor dos livros:

  • Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico;
  • Renadi - Rede de atenção a pessoa idosa;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia; Teoria e Prática;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia: O cuidado como figura;

Foi professor da PUC - GO e do ITGT - GO entre os anos de 2006 e 2011; Membro do Conselho Consultivo da Revista da Aborgagem Gestáitica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad - hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC - Minas); Organizador do livro Supervisão em Gestaltt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia; Professor na FacCidade.

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