Solidão, luto

Luto e solidão

Quero ficar sozinho! Não quero falar com ninguém! Me deixe em paz!

São falas que, por vezes, você vai ouvir!

Autores importantes como Soares e Mautoni (2013, p. 17), afirmam que o luto “é um processo solitário e individual”. Mas isso é certo?

Cada indivíduo vivencia sua existência à seu modo. Então, temos que respeitar o modo de ser e de existir de cada um, sem ser chato ou ficar, desculpem minhas palavras, “cagando regra” na cabeça de ninguém!

Aqui no Instituto Suassuna temos uma pós graduação focada nesta temática. Então deixa te passar um pouco mais de contexto sobre esse tema.

Vamos entender esse fenômeno um pouco melhor, vem comigo!

Às vezes você terá dificuldade de conversar com alguém sobre luto ou sobre essa dor que está sentindo. Isso porque, falar sobre luto em nossa sociedade parece um tabu. Quase que um absurdo falar com alguém sobre esse tema, afinal ‘não vamos mexer nisso não, ele deve estar passando por momentos difíceis”. Mesmo que a morte seja um fato inexorável, sobre o qual não se tem controle algum, recai sobre a fragilidade humana o temor pelo desconhecido, o fim!

A saber, diferentes culturas acabam por dar uma série de significações e explicações diferentes a fim de que se sustente uma crença, seja na continuidade ou prolongamento da existência após o “fim da vida”. Desde o início da humanidade há registros sobre o modo como se lida com o tema da morte bem como as manifestações e sensibilidade do coletivo social na expressão dos sentimentos causados pela consciência da finitude.

Nos dias atuais, a morte “é empurrada mais e mais para os bastidores da vida social durante o impulso civilizador” (ELIAS, 2001: 19). Ou seja, acaba-se acreditando que este momento deva ser abafado, ou mesmo vivenciado de forma individual e cada um em seu “canto”.

um autor que admiro muito Ricoeur (1994) em sua obra La Souffrance nést pas la douler, aponta para o fato de que, o sofrimento quando se abate sobre alguém é sempre solitário e sempre inominável, porque incomunicável em sua perplexidade e extensão, o que faz de cada sofredor um sofredor, específico na sua irresolução e na sua incomunicabilidade. Para quem já assistiu o Harry Potter, costumo dizer que é algo parecido com o dementador. Tira suas energias e consome por dentro, sem que se saiba ao menos dizer o que está acontecendo.

Para alguns, é momento de tanta dificuldade que sente-se num duplo sofrimento. Primeiro pela perda de alguém tão importante, e por outro lado sente-se inadequado. Essa sensação de inadequação é acompanhada de dúvidas cruéis como: devo falar? o que falar? e se eu falar e…..?

Por vezes o social faz com que, aquele que sofre, economize-se em gestos e sentimentos, colocando-se [o social] como cego e surdo, diante daquele q sofre uma perda, quase sempre com o discurso de “melhor dar uma distraída nele para não pensar tanto nisso”. Assim, o enlutado acaba por escolher pela jornada do silencio, sendo este caminho o menos doido, frente a uma sociedade, por vezes, não acolhedora daquilo que nem eu sei dizer.

Ainda que em silencio, muito se guarda em um “fundo” de angústia, isolamento, sofrimento, por isso chamo a atenção, aqui, para o amparo social.

Mas calma ai! Isso não significa que você precisa conversar a toda hora sempre e em todo lugar sobre esse tema com a pessoa que sofre. Alto lá!

Ser acolhedor, amparar, cuidar, são palavras e atitudes que demandam uma escuta atenta. Exatamente. O melhor a se fazer é acolher, inclusive em silêncio. A pessoa enlutada precisa se sentir acolhida, e nada melhor que o silêncio, para que isso ocorra. Se der certo ela, em algum tempo, se sentirá segura, irá se entregar à essa possibilidade relacional e então conseguirá falar, sentir e realmente contar com você!

Deste modo, ressalto a importância da rede de apoio, pois, inevitavelmente este será um momento solitário e individual, mas que pode ser partilhado, inclusive em silencio, ao lado de alguém que confie muito

Em um poema de Drummond lembro de ver algo no sentido de que “a dor passa, mas não passa ter doido”

Adorei nosso papo ate aqui! me mande considerações e venha fazer parte de uma turma que trabalha com esse tema todo dia.

Aqui no Instituto Suassuna temos uma pós-graduação que cuida bem dessa temática.

Para saber mais sobre o tema, venha fazer parte de nossa pós graduação. Com mais de 400 horas de estudos práticos e supervisões, você terá acesso a profissionais com vasta experiência prática que lhe formam para lidar com o sofrimento humano, acolhendo e fazendo a diferença na vida de cada um que lhe procurar.

Suicídio e Luto, do Instituto Suassuna, tem carga horária de mais de 360 horas

Venha se aprofundar mais sobre esse tema tão delicado e necessário, convidamos você a conhecer um pouco mais sobre a nossa pós graduação em Suicídio e Luto. Acesse o nosso site ou entre em contato.

Venha transformar o futuro com o IS! 💚

 

Dr. Danilo Suassuna

Doutor em Psicologia

CEO Instituto Suassuna

www.danilosuassuna.com.

Luto pelo animal, dono segurando a adorável coleira de estimação e chorando profundamente pela perda do animal.

Perdi meu pet, e agora?

Como lidar com o luto do pet? Dicas para superar o luto do animal de estimação

O vínculo estabelecido entre humanos e animais, sejam eles mamíferos ou não, vem se tornando cada vez maior. As expressões das emoções acabam por se intensificar e é sabido que a convivência com animais beneficia tais interações, independente da idade.

Para além da expressão das emoções pode-se perceber o vínculo de afeto estabelecido entre a pessoa e seu animal, que não obstante é denominado como “de estimação”. Ou seja, na raiz da palavra, percebe-se a estima que tem-se por esse ser que, mesmo não tendo comportamentos verbais entendíveis ao ser humano, parecem se comunicar por meio de gestos e olhares, por vezes traduzidos nesta relação afetiva.

Percebe-se que os animais desempenham funções importantes na vida dos indivíduos, que pra mim, pode-se traduzir, principalmente pela expressão e sensação de BEM ESTAR. Não quero aqui colocar nomes ou dar vazão aos sentimentos de uma ou outra pessoa, privilegiar um ou outro nome de sentimento, mas apontar a importância dessa relação em nosso dia a dia (evidentemente, para aqueles que gostam de pets).

Infelizmente, em nossa sociedade, por vezes o luto de proprietários adultos, de pets, não é reconhecido! Por vezes é tido como um luto não autorizado (Doka 1989) ou indevido. Muitas vezes espera-se, principalmente do adulto, que saiba lidar com esta perda ou com o rompimento desse vínculo como um “adulto”.

Traduzindo tudo isso, quero afirmar aqui que existe sim um vazio que surge com a morte do animal, e urge ser cuidado! O vínculo com os animais sempre serão singulares, o que nos leva a pensar que o cuidado, com o dono, também deve ser singular.

Quando estamos falando de nossos animais de estimação, não falamos apenas de um “bicho” qualquer. Referimo-nos a uma relação extremamente afetiva!

Embora a experiência do luto seja individual, é extremamente importante que alguns fatores, externos e internos, sejam respeitados:

Internos

  • Aceite seus sentimentos. Seja culpa, saudade, amor ou raiva, dê vazão aos seus sentimentos. Pode ser pela fala, ao compartilhar com alguém, ou no silêncio de uma aula de Muay Thai! coloque pra fora!

  • A dor é única e individual! Assim, respeite o tamanho da sua dor! Só você sabe da sua ligação afetiva com o animal.

  • Relembre bons momentos! Ao lembrar dos bons momentos a saudade aperta ainda mais, concordo. Mas só temos saudade do que foi bom. Permita-se reviver esses momentos, seja com vídeos, fotos ou mesmo com histórias engraçadas. Sei que deve ter um monte aí, vai…

  • Não se preocupe com as fases do luto, elas servem mais para distrair você do que te ajudar num processo de vivência do momento!

Externos

  • Apoio recebido por amigos e parentes;

  • Não julgamentos;

  • Escuta ativa as lembranças;

  • Decisão sobre como será o enterro ou cremação;

  • Nunca tente substituir um animal com outro, o luto deve ser vivido

  • Se houver velório, leve a criança e deixe com que ela se despeça. A despedida faz parte dos processos da vida!

Lembre-se que devemos cultivar relações saudáveis, cuidando de nós, do próximo como também de nossos animais de estimação. Assim, poderemos, juntos, caminhar para a finitude humana de forma mais saudável e menos traumática!

Se você gosta de ler, aí vai uma indicaçãoA morte é um dia que vale a pena viver. Esta obra de Ana Cláudia Quintana Arantes, publicada pela Sextante, traz uma perspectiva nova sobre um novo olhar para a vida.

Atualmente considerada uma das maiores referências em Cuidados Paliativos no Brasil, a autora aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente. Segundo ela, o que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos.

Para quem deseja saber, aqui vai uma curiosidade importante!

Você sabia que já tem até projeto de lei para esse assunto?

Existe um projeto de lei de autoria do deputado estadual Bruno Ganem (Podemos), o projeto de lei complementar nº 47/2021 propõe alterar a Lei nº 10.261, que dispõe sobre o estatuto dos funcionários públicos civis de São Paulo, a fim de considerar como de efetivo exercício o dia em que o funcionário estiver afastado do serviço devido à morte de um pet.

Neste documento tem-se a defesa de que o luto deva ser respeitado em todo seu âmbito, seja ele pela morte do cônjuge, bem como filhos, pais, irmãos dentre outras pessoas queridas para a família. Neste sentido, amplia a discussão para o enlutamento frente a perda de um animal de estimação.

Se interessou pelo assunto né! Isso é fantástico!

Para saber mais sobre o tema, venha fazer parte de nossa pós graduação. Com mais de 400 horas de estudos práticos e supervisões, você terá acesso a profissionais com vasta experiência prática que lhe formam para lidar com o sofrimento humano, acolhendo e fazendo a diferença na vida de cada um que lhe procurar.

Suicídio e Luto, do Instituto Suassuna, tem carga horária de mais de 360 horas

Venha se aprofundar mais sobre esse tema tão delicado e necessário, convidamos você a conhecer um pouco mais sobre a nossa pós graduação em Suicídio e Luto. Acesse o nosso site ou entre em contato .

Venha transformar o futuro com o IS! 💚

luto materno e paterno

Luto materno e paterno

Luto materno e paterno

Nossa tendência é acreditar que “evitar” a tristeza é uma forma de não senti-la. Mas a tristeza – por toda a vida – é inevitável e somente dando ATENÇÃO às feridas é que, de fato, poderemos curá-la.

Nesse post vamos falar sobre a dor do luto e de forma bem específica sobre o luto materno e paterno. –

Quando uma mãe perde um filho é imprescindível o apoio e suporte da família, porém é mais difícil ter esse suporte pois os parentes mais próximos também estão sofrendo e vivendo essa crise.

AOS PAIS QUE PERDEM O FILHO: não se afastem. Não tentem passar pelo luto sozinhos. “Não fomos feitos para atravessar crises sozinhos.”

Aceitem o colo. Aceitem os cuidados que virão de maneiras diversas e dentro das possibilidades de cada um de seus parentes e amigos. Entendam que, muitas vezes, algumas pessoas que amamos irão se afastar, pois não sabem o que fazer ou acreditam não poder ajudar efetivamente.

AOS FAMILIARES E AMIGOS: ouçam! Apenas ouçam e estejam atentos aos “sinais” que o casal possa dar. Dê-lhe tempo para expressar, lembrando que o tempo de luto é SINGULAR. Não há receita, não há prazo… Estejam por perto e deixem que os pais enlutados mostrem de quais cuidados estão precisando. RESPEITEM o formato do luto! O luto é algo tão intenso e íntimo, que vocês podem nem mesmo reconhecer os comportamentos dos pais, que também estão tentando se reestruturar. (Ou por algum tempo nem tentem se reestruturar!)

O SILÊNCIO é um bom recurso também. Ele é uma forma de estar presente, respeitar e, inclusive, ajudar a melhorar. OFEREÇA COLO. Sua presença é importante também, mas deve ser respeitosa. Avisar que está indo visitar é importante, pois muitas vezes os pais não querem receber visitas. –

Procure ENTENDER OS SENTIMENTOS dos pais. A raiva, os “porquês?”, a culpa e até mesmo a não aceitação são naturais no processo de luto. ACOLHA! Não se preocupe em encontrar razão no comportamento dos enlutados.

Especialmente a PERDA DE FILHOS é algo que tira toda a família do eixo por haver aí uma desordem do que acreditamos e entendemos como “normal”

 

KARLA CERÁVOLO
Psicóloga, coordenadora da pós de Psicologia Perinatal e Obstétrica.
@karla.ceravolo

16

Luto Pet

Este escrito resultou de pesquisa realizada com pessoas que perderam seus animais de estimação em decorrência de morte. A sua realização teve como objetivo a compreensão do processo de enfrentamento do luto vivenciado por essas pessoas, ao experimentarem as perdas dos seus animais de estimação.

Para isso, valeu-se do enfoque qualitativo, empregando-se entrevistas semiestruturadas, e recorreu-se a fundamentos da teoria do apego, de John Bowlby, e das tarefas do luto, de W. Worden, para a análise dos dados colhidos.

Com base nessas referências, foi possível concluir que os participantes da pesquisa estabeleceram fortes vínculos de apego com seus animais de estimação, bastante semelhantes àqueles construídos com seres humanos.

Pode-se concluir que, devido a essas fortes vinculações, nas quais foram depositadas intensas expectativas de ordem afetiva, todos os processos de luto vivenciados por essas pessoas apresentaram características semelhantes àquelas presentes em processos de luto decorrentes da perda de pessoas significativas.

Artigo relacionado: Quando morre o animal de estimação: um estudo sobre luto

Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-11682019000100014

Autor: Márcia Núbia Fonseca Vieira

 

Autor: Leda Milazzo

ig autor: @ledamilazzopsi

Fonte: https://www.instagram.com/p/CYAJSDrMuQ4/