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Como controlar tudo?

A cada dia q passa há o desejo de que possamos controlar nossa família, nosso tempo, nosso dia! Várias são as ferramentas de controle de processos, dinâmicas e até métodos de controle do tempo. É muito comum e normal, não se sinta fora de tora. É realmente muito complicado lidar com o que é imprevisto, ou desconhecido. Muito menos lidar com a nossa vulnerabilidade (provavelmente nem perceba essa palavra em seu dicionário existencial).

É evidente que há uma importância enorme em organizar a vida, mas existe uma forma de controlar tudo?

Por meio da compreensão da abordagem Gestáltica, de onde falo, há de se pensar que a tentativa de controlar tudo, nada mais é do que uma rigidez de pensamento. Nesta abordagem, trabalhamos como conceito de fronteira de contato de modo a apresentar ou compreender teoricamente, as diferentes formas que cada individuo tem de perceber e reagir ao campo no qual estão inseridos. Ao falarmos em fronteiras, tem-se a definição de Ribeiro (2007), que aponta para o fato de que, “estar star em contato é muito mais que estar atento, que estar consciente de si e do outro. Estar em contato é se tornar cúmplice com e da totalidade do outro […] (p.135)”

Uma vez em contato com o mundo, há de se compreender as “fronteiras” que podem ou não ser mais ou menos rígidas. Uma vez que há a necessidade de se controlar tudo, seja em busca de uma falsa segurança seja uma necessidade de sentir-se melhor ou mais prevenido que alguém, tem-se uma rigidez no comportamento

Infelizmente, essa rigidez, traz para o indivíduo um processo de adoecimento existencial. Neste sentido há possibilidade de desenvolvimento de uma depressão, ansiedade, patologias mais conhecidas atualmente.

A nossa ideia é trazer a ideia de que, como afirma O Zen Budismo, se desejamos controlar as ovelhas, demolhes mais pasto. Neste momento, em contato verdadeiro com suas dificuldades é que saberá desenvolver recursos para o diferente.

A grande forma de controlar tudo é ampliar sua percepção para o fato de que sempre algo dará errado, e então aparece nossa capacidade de reconhecer nossas ferramentas, não para lidar com o que dará certo, mas para tudo que poder-se-á fazer com o “não conhecido”.

Não adoecer é autenticar, em si mesmo a possibilidade, as vezes, do Wu wei, filosofia taoista que aponta para a possibilidade da não ação. É reconhecer a possibilidade de, ao não fazer nada, trazer para si, a possibilidade, inclusive, da flexibilidade. Deste modo poder-se-á reconhecer aquilo que de “não artificial” e exclusivamente voluntário pode fluir em você.

A coisa mais macia e flexível no universo

Consegue vencer a coisa mais dura.

E só o que não tem substância

pode entrar onde não há uma fenda por onde entrar.

É essa a vantagem da não acção.

Mas poucos entendem o ensino sem palavras

E os benefícios da não acção.

Tao Te Ching 道德經 (Cap.43)

Por fim, reconhecer nossas inseguranças, vulnerabilidades e dificuldades, pode nos ajudar a pedir ajuda sempre, e reconhecer no outro, a falta que existe em mim. Um exercício fácil? De forma alguma! Porém extremamente importante para as relações, sejam elas pessoais, profissionais e principalmente, conjugais.

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Mitos e verdades sobre o luto

*O que é?

O luto é um sentimento de perda profunda e faz parte da vida. Você pode nunca ter vivenciado, mas certamente conhece alguém que já passou por esse processo. É doloroso, porém necessário e processual.

A perda pela morte não é a única que nos causa dor, ao longo de nossa existência sofremos diversas perdas que podem nos causar um luto. Sofremos por separações de quem amamos, perda de emprego, mudança de cidade, mudança de fase de vida como a transição da infância para a adolescência, morte de um bichinho de estimação e tudo aquilo que tem significado para cada um de nós, pode ser vivenciado como um luto.

Muito se fala, e como tem gente que fala na cabeça dos outros viu… Mas aqui, queremos que você olhe, atentamente para esse momento da vida e reflita sobre o que é realmente MITO e VERDADE sobre o tema

Para sanar algumas dúvidas, elencamos algumas curiosidades do Dr. Danilo Suassuna e Ms. Sigrid nos dá algumas perspectivas sobre o tema na tabela a seguir.

 

Mito

Verdade

o luto não é normal

o luto é um processo de perda natural a ser vivenciado

Devo passar por todas as fases do luto

luto não tem fase. Ele é vivenciado individualmente e cada um à seu modo

estou de luto e preciso de um especialista

o luto não é uma doença a ser tratada. Não é necessária ajuda profissional sempre. Sempre dependerá da intensidade vivenciada por cada pessoa e de como está afetando a funcionalidade da vida cotidiana

pessoa que está no processo de luto sempre chora

Chorar pouco ou não chorar mostra uma dominância das lágrimas e não da situação que se vivencia. A lágrima é uma das formas de se mostrar os sentimentos, a expressão da dor pode se manifestar em somatizações por todo o organismo

Não preciso de ajuda de ninguém

O ser humano é um ser de relação, por definição. Assim, estaremos sempre necessitando uns dos outros nos mais diversos momentos de nossas vidas. O luto é um deles

 

E então, deu para compreender mais sobre o tema? Aqui no Instituto Suassuna, no qual somos professores, tratamos essa temática em uma pós-graduação e, em dois anos, aumentamos seu conhecimento sobre o tema.

Caso queira saber mais, aqui vão outras bons esclarecimentos

*Existem fases do luto?

Não necessariamente !

Existe uma proposta, sob a ótica humanista existencial que aponta para o fato de que, cada um vivencia o luto a seu modo em seu tempo, e muitas vezes, sozinho. Isso não significa que a pessoa esteja desamparada ou sem ninguém por perto. Na verdade esse momento existencial deverá ser vivenciado, por cada um à sua maneira, assim, ressignificar o vazio que fica, o modo como ocorreu a perda e até os espaços físicos e psicológicos que ficam em aberto.

Por exemplo, uma familia que perde um ente querido… Cada elemento dessa familia terá uma forma diferente de elaborar seu luto e seguir ou não em frente.

Ainda assim, existem autores que apontam para fases do luto, o que não é muito a nossa pegada. Mas caso deseje saber aqui estao alguns exemplos.

Autores como Bowlby (1985) em seu livro “Perda, tristeza e depressão” discorre sobre quatro fases do luto: a) fase de choque ou entorpecimento; b) fase de desejo e busca da figura perdida; c) fase de desorganização e desespero; e d) fase de reorganização.

Já a autora Kübler-Ross (1996) em sua obra “Sobre a morte e o Morrer” apresenta cinco estágios percorridos durante o processo de morrer e reconciliação com a morte, elaborado através de entrevistas com pacientes em estado terminal de um hospital na cidade de Chicago na década de 1960, sobre os quais discorreremos a seguir.

Ressaltamos aqui, que o mais importante é você sempre respeitar seu tempo. O nome das fases do luto, bem como o número de fases, não vai diminuir a sua dor.

Todos nós temos nossas fortalezas internas, também conhecidas como resiliência, que nos torna competentes a enfrentar adversidades , buscando nos ajustar da melhor forma possível a tudo que possa vir a nos desequilibrar, e quando por algum motivo,não conseguimos esse ajustamento, podemos recorrer a um profissional que dará o suporte necessário para a “resolução” do luto.

Não tente caminhar no caminho de ninguém, seguir fases ou exemplos de pessoas que fizeram isso ou aquilo para superar esse momento. Se respeite! Só você sabe o tamanho da sua dor!

Venha se aprofundar mais sobre esse tema tão delicado e necessário, que exige do profissional de saúde mental uma compreensão abrangente desse fenômeno tão recorrente na vida de todas as pessoas. convidamos você a conhecer um pouco mais sobre a nossa pós graduação em Suicídio e Luto. Acesse o nosso site ou entre em contato .

Venha transformar o futuro com o IS! 💚

Sigrid Gabriela Duarte

Graduada em psicologia PUC-GO

Especialista em suicídio e luto -IS

Gestalt-terapeuta-IGT-PR

Mestre em Psicologia-UFAM

E-mail: [email protected]

Dr. Danilo Suassuna

Doutor em Psicologia

CEO Instituto Suassuna