Você sabia que o autismo já foi confundido com esquizofrenia pela psiquiatria?

  • 28 abr

Você sabe por que a esquizofrenia era chamada de dementia praecox?

O primeiro psiquiatra que cunhou o termo autismo foi Eugen Bleuler (1857-1939).

O psiquiatra suíço nasceu em uma cidade chamada Zollikon e nomeou também a esquizofrenia. Era um notável estudioso da esquizofrenia, antes chamada de dementia praecox. Cunhou o novo termo para a condição buscando um termo menos estigmatizante e também que explicasse melhor um quadro que nem sempre resultava em demência precoce. Em seus estudos ele encontrou pacientes que apresentavam falha na correspondência emocional, apatia e uma falta de volição. Esses sintomas podem estar presentes na esquizofrenia. Como ele saberia que há dois transtornos distintos?

Mesmo versões anteriores do DSM encaixavam o autismo junto à esquizofrenia. Isso muitos anos depois do psiquiatra suíço. Para Bleuler o autismo era uma fuga da realidade associada a um quadro de retraimento interior dos esquizofrênicos.

As semelhanças conceituais são notórias, mas o autismo não apresenta sintomas psicóticos. A esquizofrenia não tratada realmente leva a um quadro de apatia emocional profundo.

No entanto, o desenvolvimento da medicina resultou na descoberta de antipsicóticos. Medicações que caso usadas pelo esquizofrênico de maneira adequada o paciente pode ter uma expectativa de funcionalidade e qualidade de vida maior do que no autismo em uso das mesmas medicações. É usado antipsicóticos para autistas? Sim. Mas não por ser um tratamento padronizado, mas para conseguir tratar sintomas e condições pontuais que vem junto ao autismo como irritabilidade e descontrole emocional. Mesmo assim, todo prescritor sabe que tais sintomas não melhoraram satisfatoriamente.

Continuando a evolução histórica do diagnóstico de autismo, chegamos a Kanner em 1943. Em um estudo com 11 crianças de 2 a 11 anos onde descreveu suas análises no artigo Distúrbios autísticos do contato afetivo. Kanner em 1949 falava em “autismo infantil precoce”. Na época a confusão entre diagnósticos era tão presente que não se pensava no autismo como algo que surja desde a gestação.

Em 1950 Kanner decidiu separar o autismo de esquizofrenia infantil.

Enquanto Kanner mantinha seus estudos sobre autismo, um médico austríaco chamado Hans Asperger observava crianças com quadro semelhante ao autismo de Kanner mas com maior inteligência e maior capacidade de comunicação.

Kanner juntamente com Eisenberg descobriram que o autismo pode surgir depois de um desenvolvimento normal da criança, ou considerado normal pelos pais, médicos e cuidadores. Em algum momento da discussão sobre as causas do autismo Kanner cunhou o termo “mães-geladeira” atribuindo às mães uma privação emocional. Depois o mesmo buscou retratar tal definição que causou muito sofrimento entre várias famílias. Hoje sabemos que o autismo é um transtorno cerebral que independe de questões étnicas, culturais ou sociais. O tratamento do paciente autista começa no diagnóstico precoce com entrevista da família, anamnese da criança e busca do relato dos cuidadores, passa pelo tratamento da família, continua no trabalho com cada pessoa que entra em contato com a criança (social).

Quero ressaltar algo muito importante, o principal no tratamento do autismo é diminuir o impacto negativo sobre a família e o paciente. A sociedade pode contribuir para que o autista tenha vida plena. Na verdade, considero que isso é um dever de todos!

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Dr. Júlio Protásio

CRM 21044

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