Vivemos em um mundo marcado por divisões e categorizações, onde a complexidade do ser humano frequentemente é reduzida a rótulos, números ou caixas. Contra essa tendência, o Instituto Suassuna abraça uma visão inclusiva e humanista da psicologia, valorizando a singularidade de cada indivíduo e promovendo a construção de um espaço onde a existência seja acolhida em sua totalidade.
No cerne dessa abordagem está o reconhecimento de que o ser humano não pode ser confinado a molduras fixas. Inspirando-se na filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre, entendemos que a existência é um fluxo contínuo, uma pintura sempre em construção. O ser humano não é uma essência pré-definida, mas um projeto em constante evolução, livre para criar e recriar a si mesmo no encontro com o outro e com o mundo.
Quando falamos de diversidade, abrangemos múltiplas dimensões: cultural, de gênero, de orientação sexual, de raça, de etnia, de corpos e capacidades, e de gerações. Essa diversidade, além de representar um valor humano intrínseco, também é um motor de inovação. Como defende Richard Florida em The Rise of the Creative Class (2002), “as sociedades e organizações que abraçam a diversidade tendem a ser mais criativas e inovadoras, porque a interação entre perspectivas variadas gera soluções novas para problemas complexos.”
Da mesma forma, a pesquisadora Amy Edmondson, em seu trabalho sobre psicologia organizacional, destaca que “ambientes que promovem inclusão e segurança psicológica são mais propensos a gerar inovação, porque as pessoas se sentem livres para compartilhar suas ideias sem medo de julgamento.” Edmondson reforça a ideia de que a diversidade não é apenas um imperativo ético, mas também estratégico, essencial para a competitividade em um mundo globalizado.
No âmbito das ciências humanas, Achille Mbembe, em Crítica da Razão Negra (2013), sublinha a importância de reconhecer as diferentes narrativas e experiências humanas como parte fundamental de uma sociedade saudável e criativa. Mbembe argumenta que “o encontro com o diverso não apenas amplia nossa compreensão do mundo, mas também cria as condições para que possamos imaginar futuros diferentes e mais inclusivos.”
Em contrapartida, visões que tentam encaixar a humanidade em categorias limitantes, como a de líderes e discursos que desconsideram a riqueza do “existir”, promovem uma desconexão com a essência mais profunda da vida. Donald Trump, por exemplo, é frequentemente associado a uma visão que prioriza o poder e o controle sobre a empatia e a autenticidade humana. Essa abordagem desvaloriza a complexidade da experiência humana, tratando-a como algo que pode ser manipulado e moldado em prol de interesses externos.
O Instituto Suassuna propõe o oposto: aqui, não há molduras que aprisionem. Acreditamos que a diversidade humana é um valor fundamental e que a psicologia deve ser uma ferramenta de transformação e acolhimento. Nossa missão é proporcionar um espaço de escuta, cuidado e desenvolvimento, onde as pessoas possam se sentir vistas e respeitadas em sua singularidade, encontrando caminhos para construir um futuro alinhado aos seus desejos e potências.
Reconhecemos que questões como desigualdades de gênero, racismo estrutural, capacitismo e LGBTQIA+fobia afetam diretamente a saúde mental e emocional das pessoas. Por isso, nossa prática se baseia em uma psicologia que não só escuta, mas também confronta esses desafios, promovendo uma transformação social pautada na equidade e na justiça.
A partir de uma psicologia inclusiva e humanista, buscamos valorizar o “ser” em todas as suas manifestações, reconhecendo que cada pessoa traz consigo uma história única, uma paleta de cores próprias. Afinal, como bell hooks afirma em All About Love (2000), “a diversidade enriquece não apenas nossas relações humanas, mas também nossa imaginação coletiva, permitindo-nos criar comunidades mais vibrantes e conectadas.”
No Instituto Suassuna, nosso compromisso é com a vida – uma vida que acolhe, respeita e celebra a existência humana em toda a sua profundidade e diversidade.