Transtornos mentais mais comuns em gestantes

  • post publicado em 27/10/23 às 10:59 AM
  • Tempo estimado de leitura: 4 minutos

 

A saúde mental das gestantes é uma preocupação fundamental, pois transtornos mentais podem ter sérios impactos na saúde da mãe e do bebê. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais são uma das principais causas de morbidade e incapacidade entre as mulheres em idade reprodutiva. Neste artigo, vamos abordar alguns dos transtornos mentais mais comuns em gestantes, com base em dados da OMS e em indicadores de saúde.

Um estudo realizado no Brasil apontou uma prevalência de transtornos mentais comuns em 41,4% das gestantes. Esses transtornos mentais comuns incluem sintomas depressivos não-psicóticos, ansiedade e queixas somáticas que afetam o desempenho das atividades diárias. Entre os sintomas relatados estão dificuldade de concentração e esquecimento, insônia, fadiga, irritabilidade, sensação de inutilidade e queixas somáticas (GOLDBERG & HUXLEY, 1992).

Os riscos emocionais aos quais as mulheres grávidas estão expostas durante a gestação incluem uma possível alteração na autoestima e a presença de ansiedade. Além disso, existe o risco de desenvolvimento de patologias, como a depressão pós-parto (COELHO, 2015).

Impactos na Saúde Maternofetal

Os transtornos mentais em gestantes têm impactos significativos na saúde maternofetal. Mulheres que enfrentam transtornos mentais durante a gravidez têm maior probabilidade de complicações obstétricas, partos prematuros e baixo peso ao nascer de seus bebês, o que pode levar a problemas de saúde a longo prazo para as crianças.

Depressão Pós-Parto e Sintomas de Baby Blues

A depressão pós-parto é um dos transtornos mentais mais conhecidos que afetam as mães durante o período pós-parto. Estima-se que aproximadamente 25% das mães no Brasil sofram de depressão pós-parto, de acordo com um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essa condição afeta 20% das mulheres em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A depressão pós-parto é caracterizada por sentimentos intensos de tristeza, desespero e falta de interesse pela vida, e pode interferir significativamente na capacidade da mãe de cuidar de si mesma e de seu bebê. É uma condição que requer atenção médica e tratamento adequado.

Além da depressão pós-parto, muitas mulheres experimentam o que é conhecido como “baby blues”. Os sintomas de baby blues incluem sentimentos de tristeza, irritabilidade, choro fácil e ansiedade. Esses sintomas são comuns nos primeiros dias ou semanas após o parto e geralmente desaparecem por conta própria. No entanto, é importante que as mulheres recebam apoio emocional durante esse período de ajuste à maternidade.

Luto na Maternidade

Outro aspecto importante a ser considerado é o luto na maternidade. Algumas gestantes podem enfrentar a perda de um bebê ainda durante a gravidez, o que pode desencadear sentimentos intensos de tristeza e luto. O apoio psicológico adequado é essencial para ajudar essas mulheres a lidar com o processo de luto e suas emoções.

A Importância do Apoio à Saúde Mental durante a Gravidez

Promover a saúde mental das gestantes é crucial para garantir o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê. A gravidez é um período de grandes mudanças físicas e emocionais, e é natural que as mulheres enfrentem desafios emocionais ao longo desse processo.

O apoio à saúde mental durante a gravidez pode incluir aconselhamento psicológico, terapia individual ou em grupo, educação sobre saúde mental, estratégias de autocuidado e suporte emocional. É fundamental que as gestantes tenham acesso a serviços de saúde mental de qualidade para que possam receber o suporte necessário para lidar com os desafios emocionais que possam surgir.

Legislação e Políticas de Saúde

É importante destacar que a legislação e as políticas de saúde desempenham um papel crucial na promoção da saúde mental das gestantes. No Brasil, a “Lei Umbiguinho”, sancionada em junho de 2022, determina a oferta de atendimento psicológico para parturientes durante gestação, parto e puerpério. Todas as unidades da rede básica de saúde do município – onde há acompanhamento gestacional – devem disponibilizar o serviço. De autoria da vereadora Sabrina Garcez (Republicanos), a norma integra legislação goianiense relativa à proteção e à defesa da mulher.

O impacto do apoio psicológico durante o ciclo gestacional, parto e puerpério é significativo. De acordo com levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aproximadamente 25% das mães, no Brasil, têm depressão pós-parto.

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Pós doutorando em Educação, Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela PUC-GO. Especialista em Gestalt-terapia pelo ITGT – GO. Foi professor da PUC-GO e do ITGT-GO entre os anos de 2006 e 2011.

É CEO, membro fundador e professor do Instituto Suassuna (IS-GO) e membro do Conselho Consultivo da Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad – hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC-Minas).

É autor dos livros: – Histórias da Gestalt – terapia no Brasil – Um estudo historiográfico – Organizador do livro Renadi: a experiência do plantar em Goiânia – Organizador do livro Supervisão em Gestalt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia.