

Sofrimentos adolescentes e a Abordagem Gestáltica: um convite à prática clínica significativa
A clínica com crianças e adolescentes é um campo que exige a conjugação refinada de sensibilidade, conhecimento teórico e criatividade perspicaz. Não podemos tratá-los como “adultos em construção”, mas sim como sujeitos singulares em trânsito existencial, cujos sofrimentos — seja ansiedade, depressão, identidades dissociadas, autolesão — não são apenas estados internos, mas expressões emergentes na fronteira de contato organismo‑ambiente. É justamente esse campo relacional que o livro Sofrimentos Infantojuvenis na Abordagem Gestáltica, organizado por Daniela Magalhães da Silva e Carla Machado Alegria, busca iluminar com precisão e ternura.
Nesta obra, que integra a coleção Teoria e Práticas em Gestalt‑Terapia (Juruá Editora, 2022), seis gestalt-terapeutas experientes travam diálogo entre teoria, clínica e casos clínicos claros, trazendo luz para processos como travessias terapêuticas com famílias, sofrimento de gênero em crianças e adolescentes, autolesão não suicida, reconfiguração de ajustamentos autistas e acompanhamento de vítimas de abuso sexual, até chegar às dores, crises e potências da clínica com adolescentes em contexto contemporâneo .
1. Uma travessia terapêutica com famílias
O primeiro capítulo convida o terapeuta a considerar o processo terapêutico como uma travessia, um movimento vivo que reconfigura o campo relacional. Aqui, a clínica não é simplesmente intervenções prescritas, mas um deslocamento compartilhado: o sofrimento deixa de ser localizado no sujeito e passa a ser um acontecimento do campo, situado na dinâmica família–ambiente e repensado em contato. A clínica infantil e adolescente, então, se abre não só como uma prática técnica — mas como uma dança entre mundos, construída no aqui‑agora .
2. Criança/adolescente não conforme de gênero e suas famílias
Estes capítulos trazem à tona como as estruturas normativas e socialização de gênero impactam diretamente o desenvolvimento e a saúde mental infantojuvenil. A abordagem gestáltica amplifica a potência de acolher o não conforme, valorizando a singularidade e reconhecendo o sofrimento e a força que emergem quando uma criança ou adolescente se expõe autêntico(a) em sua construção identitária.
3. Autolesão não suicida: olhar para a funcionalidade familiar
A autolesão não suicida emerge frequentemente como gesto de tentativa de regulação emocional, expressão de dor e comunicação inarticulada. Longe de patologizar, a clínica gestáltica oferece uma abordagem que busca entender qual função relacional e familiar esse gesto desempenha. Não se trata apenas de controlar ou eliminar, mas de dar voz ao que emerge no campo de relacionamento, reorganizando a cena terapêutica em direção ao contato vivo e à expressão autêntica.
4. Despatologização dos ajustamentos autistas
A clínica da diversidade neuropsicológica, especialmente em contextos como o TEA, demanda cuidado para não reduzir o sujeito à diferença. Gestalt‑terapia aqui oferece suporte sensível, que vê o ajustamento não como sintoma a corrigir, mas como resposta criativa ao campo: formas de habitar o mundo que levam à construção de sentido e modos singulares de estar presente. Essa proposta ressoa com discussões atuais sobre neurodiversidade e ajustamento criativo, valorizando os modos próprios de contato desses sujeitos .
5. Clínica com vítimas de abuso sexual: fragilidade, acolhimento e potência
Atuar com crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual exige não apenas técnica, mas ética, presença e ajustamento criativo dos recursos clínicos. O texto dentro da obra ressalta como o terapeuta pode buscar modos de acolhimento sensível, que respeitem a subjetividade da criança/adolescente e ofereçam espaço para que a dor se transforme, com cuidado e autenticidade, em processos de ressignificação e reencontro com o self.
6. Adolescentes: dores, crises e potências
No capítulo final, somos convidados a olhar os adolescentes com totalidade. Não só como quem sofre, mas como quem carrega potência. A adolescência, fase de transição e muitas vezes de crise, aparece neste livro como espaço fecundo, onde a clínica pode facilitar a emergência de vozes, descobertas, reconexões com o corpo, com os pares, com o mundo.
Um convite ao gesto clínico transformador
As contribuições desse livro giram em torno de um eixo: como a clínica gestáltica — fundamentada em fenomenologia, no contexto de campo e no existencialismo dialógico — pode ser aprofundada para atender com autenticidade as singularidades de crianças e adolescentes. Ele inspira os terapeutas a olharem além do sintoma, a conferirem lugar ao sofrimento como acontecimento e a cultivarem práticas que resgatem a potência de viver.
Conexão com a formação: por que este livro merece dialogar com a pós-graduação
Você, terapeuta ou estudante de psicologia que busca compreender a clínica infantojuvenil com seriedade e profundidade, encontrará neste livro e na nossa Pós‑Graduação em Psicologia Clínica: Abordagem Gestáltica Ampliada uma convergência poderosa.
Na pós-graduação reconhecida pelo MEC, com 360 horas e 100 % online ao vivo (aulas aos sábados e domingos, com gravações disponíveis) você encontrará um ensino que integra:
- raízes históricas da abordagem gestáltica, teoria da percepção, fenomenologia, existencialismo dialógico, teoria do campo, teoria do self e teoria organísmica;
- práticas clínicas com crianças e adolescentes, voltadas às questões contemporâneas como TEA, agressividade, hiperatividade, traumas como luto, suicídio, migrantes, álcool/drogas e muito mais .
Essa formação, coordenada por profissionais como o Dr. Danilo Suassuna e a Virgínia Suassuna, traz não só teoria, mas imersão prática e reflexiva, dialogando diretamente com os temas centrais do livro que apresentamos.
Porque esta formação é uma extensão da leitura clínica
- Alinhamento teórico – prático: se o livro traz leituras clínica‑fenomenológicas de casos, a pós-graduação oferece também contextos de aprendizagem e supervisão que aprofundam esses casos e reflexões.
- Campo expandido da Gestalt-terapia: além da abordagem clássica, você ingressa em uma perspectiva ampliada que inclui teoria do self, psicopatologia fenomenológica, gestaltes em família, escola, hospital, entre outros campos clínicos.
- Flexibilidade e interação real: totalmente online e ao vivo, com interação através do Google Education e grupos com coordenação ativa. Ideal para psicólogos em formação ou em atuação clínica .
- Reconhecimento institucional e acadêmico: curso lato sensu reconhecido pelo MEC, o que valoriza sua formação tanto no campo acadêmico quanto no mercado de trabalho .
Caminhando junto: leitura, formação, atuação clínica
Você que se inspira em livros como Sofrimentos Infantojuvenis na Abordagem Gestáltica para aprimorar seu olhar para crianças e adolescentes, merece também um espaço formativo que sustente e estimule seu crescimento.
A leitura compartilhada, o estudo aprofundado e o diálogo com docentes experientes, numa formação completa, podem transformar sua prática clínica. A Gestalt‑terapia, enquanto campo ampliado, encontra aqui eco para se reinventar.
Conclusão: leitura que ilumina, formação que transforma
Este texto buscou trazer não só um resumo do livro — mas também um convite: que essa leitura seja um passo inicial para mergulhar numa formação que amplia e aprofunda sua clínica infantojuvenil e gestáltica. Se você deseja ampliar sua atuação com embasamento, sensibilidade e presença real, a Pós‑Graduação em Psicologia Clínica: Abordagem Gestáltica Ampliada do Instituto Suassuna é um caminho indicado.
Convite final
Se o que você busca na clínica é profundidade de escuta, presença gestáltica, sensibilidade ética e intervenção transformadora, o Instituto Suassuna te convida a conhecer essa formação completíssima — online, ao vivo, com 360h, coordenada por quem atua na linha da frente da Gestalt-terapia ampliada e reconhecida pelo MEC .
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