Psicologia da Saúde e Hospitalar no Enfrentamento do Câncer de Intestino: indo além do Tratamento

  • post publicado em 05/08/24 às 16:42 PM
  • Tempo estimado de leitura: 8 minutos

 

A Psicologia da Saúde e Hospitalar desempenha um papel crucial no tratamento de doenças graves, como o câncer de intestino, não apenas abordando os sintomas físicos, mas também enfrentando os desafios emocionais e psicológicos que acompanham o diagnóstico e o tratamento. Esta abordagem holística é essencial para promover o bem-estar mental e a qualidade de vida dos pacientes, enfatizando a importância de cuidar não só do corpo, mas também da mente.

A Importância da Psicologia da Saúde e Hospitalar

O câncer de intestino, como muitas outras doenças graves, traz consigo não apenas desafios físicos, mas também um peso emocional significativo. O diagnóstico pode ser um momento de grande ansiedade, medo e incerteza, afetando profundamente o estado emocional e psicológico do paciente. Neste contexto, a Psicologia da Saúde e Hospitalar emerge como uma área de conhecimento e prática fundamental, oferecendo estratégias e intervenções psicológicas que visam aliviar o estresse, a ansiedade e a depressão, promovendo ao mesmo tempo a resiliência e o bem-estar emocional.

Estratégias de Enfrentamento

1. Psicoterapia Individualizada

A psicoterapia adaptada às necessidades individuais do paciente pode ajudar significativamente no manejo das emoções e no enfrentamento da doença. Psicoterapias, independente das abordagens, são algumas podem ser utilizadas para apoiar os pacientes, ajudando-os a processar seus sentimentos, desenvolver estratégias de coping adaptativas e fortalecer a sua saúde mental.

2. Terapia de Grupo

Participar de grupos de apoio ou terapia de grupo pode oferecer aos pacientes uma plataforma para compartilhar experiências, reduzir a sensação de isolamento e aprender com os outros. A validação e o suporte social encontrados nesses grupos são fundamentais para fortalecer a resiliência emocional.

3. Técnicas de Relaxamento e Mindfulness

Técnicas como a meditação mindfulness, a respiração profunda e a atenção plena podem ser extremamente benéficas para reduzir o estresse e a ansiedade. Essas práticas ajudam os pacientes a centrar-se no momento presente, reduzindo preocupações com o futuro e ruminações sobre o passado.

4. Educação e Informação

Fornecer aos pacientes informações claras e precisas sobre sua condição, tratamento e expectativas pode ajudar a reduzir a ansiedade e o medo do desconhecido. A educação do paciente é uma parte crucial do tratamento, permitindo que ele se sinta mais controlado e menos vulnerável.

5. Fomentar Redes de Apoio

Encorajar a construção de uma rede de apoio robusta, incluindo família, amigos e grupos de apoio, é vital. O suporte emocional, prático e social dessas redes pode desempenhar um papel significativo no enfrentamento da doença.

A importância da rede de apoio

A importância da rede de apoio no contexto do tratamento de doenças graves, como o câncer de intestino, é imensurável. Além do suporte clínico proporcionado por profissionais de saúde, a presença e o apoio de familiares, amigos, grupos de apoio e até mesmo de uma comunidade online podem ter um impacto profundo no bem-estar emocional e psicológico do paciente. Esta rede multifacetada oferece não apenas conforto e companhia, mas também recursos práticos e emocionais cruciais que podem influenciar significativamente a jornada de recuperação.

A Multidimensionalidade da Rede de Apoio

Suporte Emocional: A capacidade de expressar sentimentos e preocupações com alguém que escuta e oferece empatia pode ser um dos aspectos mais curativos da rede de apoio. Esse suporte emocional ajuda a reduzir a sensação de isolamento e solidão que muitos pacientes enfrentam, promovendo uma sensação de compreensão e pertencimento.

Suporte Prático: A ajuda prática, como assistência nos cuidados diários, transporte para consultas médicas ou ajuda nas tarefas domésticas, alivia o fardo físico e mental do paciente, permitindo-lhes concentrar-se na recuperação.

Suporte Informativo: Informações sobre a doença, tratamentos disponíveis e estratégias de coping eficazes, fornecidas por profissionais de saúde ou membros experientes da comunidade, podem empoderar os pacientes, ajudando-os a tomar decisões informadas sobre seus cuidados.

Suporte Social: A interação com outros que estão passando por situações similares ou que já superaram desafios semelhantes pode fornecer uma perspectiva valiosa, além de dicas práticas sobre como navegar nas complexidades do tratamento e recuperação.

A Importância de Uma Rede de Médicos Qualificada e Empática

Além do apoio de amigos e familiares, uma rede de médicos qualificada e preocupada é vital. Profissionais de saúde que não apenas possuem a expertise necessária, mas também demonstram empatia e compreensão, podem melhorar significativamente a experiência de tratamento do paciente. A relação médico-paciente baseada na confiança e no respeito mútuo é fundamental para uma comunicação eficaz, o que, por sua vez, é essencial para o sucesso do tratamento.

Fortalecendo a Rede de Apoio

A construção e manutenção de uma rede de apoio eficaz requer esforço tanto dos pacientes quanto de seus entes queridos. Profissionais de saúde, especialmente psicólogos da saúde e hospitalar, podem desempenhar um papel crucial ao orientar os pacientes e suas famílias sobre como estabelecer e fortalecer essas redes. Isso inclui incentivar a comunicação aberta, promover a participação em grupos de apoio e facilitar o acesso a recursos comunitários e online.

A Equipe Multidisciplinar

A importância de uma equipe multidisciplinar no tratamento de condições complexas como o câncer de intestino é fundamental, abrangendo uma abordagem holística que considera as necessidades físicas, emocionais, psicológicas e sociais dos pacientes. A colaboração entre diferentes especialistas — incluindo médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, e fisioterapeutas — permite uma abordagem de cuidado mais abrangente e personalizada. Este modelo interdisciplinar enfatiza a comunicação e a colaboração entre todos os profissionais envolvidos, garantindo que o plano de tratamento seja tanto integral quanto centrado no paciente.

Cada membro da equipe traz uma perspectiva única e complementar ao plano de cuidados, contribuindo para um tratamento mais eficaz e abrangente. Por exemplo, enquanto os oncologistas focam no tratamento médico do câncer, os psicólogos da saúde e hospitalar lidam com as questões emocionais e psicológicas, os nutricionistas oferecem aconselhamento dietético para apoiar a saúde geral e a recuperação, e os fisioterapeutas ajudam na manutenção da força física e mobilidade.

A Relação Médico-Paciente

A relação médico-paciente é um dos pilares da medicina e um componente crucial na eficácia do tratamento. Uma comunicação clara, empática e bidirecional entre médicos e pacientes é essencial para construir confiança, facilitar a compreensão do diagnóstico e do plano de tratamento, e incentivar a adesão ao tratamento. Médicos que dedicam tempo para ouvir seus pacientes, esclarecer dúvidas e discutir preocupações podem melhorar significativamente a experiência de tratamento e os resultados para os pacientes.

A Equipe-Paciente e Cuidador

A inclusão dos cuidadores na equipe de cuidado é igualmente importante, pois eles desempenham um papel vital no suporte diário ao paciente. Os cuidadores muitas vezes assumem a responsabilidade de gerenciar a medicação, acompanhar a consultas médicas, e fornecer suporte emocional. Reconhecer e apoiar os cuidadores como parte da equipe de cuidados pode melhorar a qualidade do suporte fornecido ao paciente e evitar o esgotamento do cuidador.

Importância da Colaboração

A colaboração efetiva entre a equipe, pacientes e cuidadores é crucial. Estratégias como reuniões multidisciplinares regulares sobre o progresso do paciente, discussões conjuntas de planos de tratamento, e treinamento e suporte para cuidadores podem otimizar o cuidado. Além disso, a utilização de prontuários eletrônicos compartilhados pode facilitar a comunicação entre os membros da equipe de saúde e garantir que todos tenham acesso às informações mais atualizadas sobre o paciente.

Um pouco sobre Coping

“Coping” refere-se ao conjunto de estratégias e mecanismos psicológicos que indivíduos empregam para lidar com o estresse e as adversidades da vida. Esta conceituação abrange uma ampla gama de técnicas cognitivas e comportamentais que as pessoas utilizam para gerenciar as demandas internas ou externas percebidas como desafiadoras ou que excedem seus recursos pessoais. O coping é um processo dinâmico e multifacetado, que pode variar significativamente de uma pessoa para outra, dependendo de sua situação, personalidade, experiências passadas e o contexto em que se encontram.

Tipos de Coping

O coping pode ser categorizado de diversas maneiras, mas frequentemente é dividido em duas grandes categorias: coping orientado para o problema e coping orientado para a emoção.

  • Coping Orientado para o Problema: Envolve esforços para alterar ou eliminar a fonte de estresse. Isso pode incluir a busca de soluções práticas, planejamento, obtenção de informações e ação direta. Este tipo de coping é mais eficaz em situações controláveis, onde a pessoa pode influenciar o resultado.
  • Coping Orientado para a Emoção: Foca em gerenciar as emoções desencadeadas pela situação de estresse, em vez de tentar mudar a situação em si. Estratégias incluem reavaliação positiva, supressão de atividades perturbadoras, busca de suporte emocional e técnicas de relaxamento. Esse tipo de coping é particularmente útil em situações que não podem ser alteradas ou controladas diretamente.

A Importância do Coping Adaptativo

O objetivo do coping é promover a adaptação e o bem-estar em face do estresse. O coping adaptativo é caracterizado pelo uso flexível de estratégias eficazes que ajudam a pessoa a lidar com o estresse de maneira saudável, levando a resultados positivos, como crescimento pessoal, resiliência e recuperação. Em contrapartida, o coping maladaptativo, que pode incluir negação, evitação e comportamentos de risco, pode levar a resultados negativos, como ansiedade crônica, depressão e problemas de saúde física.

Coping Religioso

O coping religioso, entendido a partir da raiz latina “religare”, que significa “religar”, desempenha um papel significativo na forma como muitos indivíduos enfrentam adversidades e estresse. Este conceito se refere à capacidade da religião e da espiritualidade de reconectar o indivíduo consigo mesmo, com os outros e com o sagrado, proporcionando uma experiência transformadora diante dos mistérios da vida. Mircea Eliade, um renomado historiador das religiões, destaca essa busca por significado e conexão como uma característica fundamental da experiência religiosa, que transcende a mera adesão a doutrinas e práticas específicas, mergulhando no profundo anseio humano por compreensão e pertencimento.

Coping Religioso e o Sentido de Conexão

O coping religioso pode envolver várias práticas e crenças, como orações, meditações, rituais, estudo de textos sagrados, e participação em comunidades de fé. Estas práticas oferecem não apenas um sentido de comunidade e suporte social, mas também proporcionam um framework para interpretar e atribuir significado ao sofrimento e aos desafios da vida. Em momentos de crise, como no diagnóstico ou tratamento de uma doença grave como o câncer de intestino, o coping religioso pode oferecer conforto, esperança e uma perspectiva que ajuda a reduzir a angústia emocional e a promover a resiliência.

A Experiência Transformadora

De acordo com Eliade, a experiência religiosa é essencialmente uma experiência de renovação e transformação. Ao “religar” o indivíduo a uma realidade que transcende o cotidiano, o coping religioso pode promover uma sensação de paz interior, aceitação e um sentido renovado de propósito. Essa conexão mais profunda pode fortalecer a capacidade do indivíduo de enfrentar adversidades, oferecendo uma base sólida de suporte emocional e espiritual.

Coping Religioso como Recurso Psicológico

O coping religioso atua como um recurso psicológico valioso, fornecendo estratégias para lidar com o estresse através da reinterpretação positiva dos eventos da vida à luz da fé e da espiritualidade. Essa abordagem pode ajudar na regulação emocional, facilitando a aceitação de situações difíceis e incentivando uma atitude de entrega confiante frente ao desconhecido. Além disso, ao enfatizar a conexão com uma realidade maior, o coping religioso pode diminuir a sensação de isolamento e desamparo, reforçando a ideia de que o indivíduo é parte de um plano maior e que sua jornada possui significado e valor.

Em face dos desafios impostos por condições de saúde adversas, como o câncer de intestino, a Psicologia da Saúde e Hospitalar surge como um campo vital, dedicado a compreender e mitigar o impacto emocional e psicológico destas doenças nos pacientes e seus entornos. Através da aplicação de estratégias de coping, do ajustamento criativo e da valorização do coping religioso no sentido de religare, este ramo da psicologia enfatiza a importância da conexão profunda do indivíduo consigo mesmo, com os outros e com uma dimensão transcendental para enfrentar e superar momentos de crise.

A rede de apoio, incluindo familiares, amigos e comunidades de fé, juntamente com uma equipe multidisciplinar atenta e uma relação médico-paciente empática e humanizada, constituem pilares fundamentais na jornada de tratamento. Estes elementos colaboram não apenas para o enfrentamento eficaz do estresse e dos desafios emocionais associados à doença, mas também promovem a resiliência, a busca por significado e a qualidade de vida dos pacientes e de seus cuidadores.

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Dr .Danilo Suassuna

CRP 09/3697

Dra. Andréa Batista Magalhães 

CRP 09/3121

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Pós doutorando em Educação, Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela PUC-GO. Especialista em Gestalt-terapia pelo ITGT – GO. Foi professor da PUC-GO e do ITGT-GO entre os anos de 2006 e 2011.

É CEO, membro fundador e professor do Instituto Suassuna (IS-GO) e membro do Conselho Consultivo da Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad – hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC-Minas).

É autor dos livros: – Histórias da Gestalt – terapia no Brasil – Um estudo historiográfico – Organizador do livro Renadi: a experiência do plantar em Goiânia – Organizador do livro Supervisão em Gestalt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia.