Perversão, Psicanálise e Tratamento

  • post publicado em 11/10/23 às 20:49 PM
  • Tempo estimado de leitura: 5 minutos

 

Perversão, Psicanálise e Tratamento: Compreensão e Abordagens Terapêuticas

O que é Perversão?

Na psicanálise, a perversão é um conceito complexo que se refere a comportamentos sexuais que diferem do que é considerado socialmente aceitável ou “normal”. A prática sexual perversa geralmente envolve a busca por prazer em situações, objetos ou pessoas que não são considerados apropriados para esse fim, podendo causar desconforto, sofrimento ou prejuízo tanto para a pessoa quanto para outros.

Raízes Psicanalíticas da Perversão

Segundo a teoria psicanalítica, a perversão tem suas raízes em conflitos e traumas emocionais da infância. Essas experiências precoces podem levar a uma estruturação psíquica que favorece a busca pelo prazer em situações consideradas perversas. Esta estruturação envolve dificuldades em estabelecer relações interpessoais saudáveis e uma tendência a repetir padrões de comportamento disfuncionais.

Os comportamentos perversos podem variar amplamente e incluem práticas como fetichismo, voyeurismo, exibicionismo, sadomasoquismo, entre outros. Na psicanálise, a perversão é vista como uma forma de desvio da sexualidade saudável e normal, que busca gratificação em situações ou objetos que não são socialmente aceitos.

Existe Tratamento?

Abordagem Psicanalítica

O tratamento da perversão na psicanálise pode envolver a análise cuidadosa das origens do comportamento perverso, bem como a exploração das emoções e fantasias que o acompanham. O objetivo é ajudar a pessoa a compreender suas motivações e a encontrar maneiras mais saudáveis e satisfatórias de expressar sua sexualidade.

Análise do Processo Psíquico

Uma das abordagens utilizadas na psicanálise é a análise do processo psíquico que leva a pessoa a escolher determinado comportamento perverso. O analista busca identificar as causas e os desejos inconscientes subjacentes ao comportamento, ajudando o paciente a elaborar esses conflitos e a lidar com eles de forma mais saudável.

Desenvolvimento de Autoestima e Empatia

O tratamento também pode envolver o desenvolvimento de uma maior autoestima e autoaceitação, bem como a promoção da empatia e do respeito pelos outros. Trabalhar esses aspectos é crucial para ajudar o paciente a construir relações interpessoais mais saudáveis e equilibradas.

Abordagem Multidisciplinar

Em muitos casos, o tratamento da perversão pode requerer uma abordagem multidisciplinar. O terapeuta pode trabalhar em conjunto com outros profissionais, como médicos e psiquiatras, para fornecer um tratamento abrangente. Esta colaboração pode incluir o uso de medicamentos, terapia cognitivo-comportamental e outras intervenções terapêuticas conforme necessário.

Diferença entre Perversão e Diversidade Sexual

É importante ressaltar que a perversão, conforme entendida na psicanálise, não deve ser confundida com a diversidade sexual ou com práticas consensuais entre adultos que não envolvem prejuízo ou sofrimento para ninguém. A diversidade sexual abrange uma ampla gama de orientações e identidades sexuais saudáveis e consensuais, enquanto a perversão, no contexto psicanalítico, refere-se a comportamentos que causam danos ou sofrimento.

Processo Individualizado de Tratamento

O tratamento da perversão na psicanálise é um processo individualizado, e o tempo de duração e as abordagens utilizadas podem variar de acordo com as necessidades e particularidades de cada paciente. O trabalho terapêutico é personalizado para abordar os conflitos internos específicos do indivíduo, promovendo uma compreensão mais profunda de suas motivações e ajudando-o a desenvolver formas mais saudáveis de expressão sexual.

Na psicanálise, a perversão é um conceito complexo que vai além do comportamento sexual socialmente aceito ou “normal”. Introduzido por Sigmund Freud, o termo abrange uma variedade de práticas sexuais que divergem da norma heterossexual adulta e genital. A perversão está associada à busca de prazer em objetos, situações ou contextos considerados desviantes ou inapropriados.

Desenvolvimento do Conceito de Perversão

Sigmund Freud

Freud desenvolveu a ideia de perversão no contexto de sua teoria da sexualidade humana. Em “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905), ele argumenta que a sexualidade não é limitada ao ato sexual heterossexual e reprodutivo, mas inclui uma ampla gama de desejos e comportamentos que emergem ao longo do desenvolvimento infantil. Freud postulou que a perversão ocorre quando há uma fixação em fases anteriores do desenvolvimento sexual ou em práticas sexuais não voltadas para a reprodução.

Estrutura Psíquica

Freud diferenciava a perversão das neuroses e das psicoses, considerando-a uma estrutura psíquica distinta. Enquanto as neuroses resultam de conflitos internos reprimidos e as psicoses envolvem uma ruptura com a realidade, as perversões são caracterizadas pela manutenção consciente de certos desejos ou fantasias sexuais, frequentemente sem um conflito interno significativo.

Jacques Lacan

Jacques Lacan, reinterpretou o conceito de perversão de maneira significativa. Para Lacan, a perversão não é apenas um comportamento sexual desviante, mas uma estrutura fundamental da relação do sujeito com o desejo e a Lei simbólica. Ele descreveu o sujeito perverso como alguém que se posiciona como um instrumento da vontade do Outro, buscando revelar a verdade do desejo do Outro enquanto desafia a Lei.

Perspectiva Contemporânea

Na psicanálise contemporânea, a compreensão da perversão é menos moralizante e mais complexa. As práticas sexuais que antes eram vistas como perversas são reavaliadas à luz das mudanças culturais e sociais. Atualmente, a ênfase está nos aspectos éticos e relacionais do comportamento sexual, especialmente no que diz respeito ao consentimento e à não-violência.

Características da Perversão

  1. Fixação em Objetos ou Situações: A perversão envolve uma fixação intensa em objetos, situações ou práticas sexuais específicas que divergem do que é socialmente convencional.
  2. Busca por Prazer: O prazer é buscado em contextos que podem ser considerados socialmente inaceitáveis ou tabus.
  3. Desafiar a Norma: A prática perversa frequentemente desafia normas sociais e culturais, buscando prazer em transgredir limites estabelecidos.
  4. Relação com a Lei: Na visão lacaniana, o perverso tenta expor e desafiar a Lei simbólica através de seus comportamentos.

Exemplos de Perversão

A perversão pode se manifestar de diversas maneiras, incluindo fetichismo, sadomasoquismo e voyeurismo. Cada uma dessas manifestações envolve uma busca por prazer que desvia do comportamento sexual considerado normativo.

Considerações Éticas

A discussão contemporânea sobre perversão na psicanálise foca mais nos aspectos éticos do comportamento sexual. O consentimento mútuo e a ausência de coerção ou violência são essenciais para avaliar a saúde e a ética das práticas sexuais.

Considerações Finais

O tratamento da perversão na psicanálise é um processo complexo e profundo, que visa ajudar o indivíduo a entender e transformar suas dinâmicas psíquicas. Através de uma abordagem cuidadosa e empática, os analistas trabalham para promover mudanças duradouras e saudáveis na vida dos pacientes, ajudando-os a encontrar um equilíbrio emocional e sexual mais saudável.

A psicanálise oferece uma compreensão rica e detalhada das raízes inconscientes dos comportamentos perversos, proporcionando um caminho terapêutico que pode levar a uma vida mais satisfatória e equilibrada. Se você ou alguém que você conhece está lidando com questões relacionadas à perversão, buscar ajuda profissional pode ser o primeiro passo para a compreensão e a cura.

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Referências

  1. Freud, S. (1905). Three Essays on the Theory of Sexuality. The Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud.
  2. Laplanche, J., & Pontalis, J.-B. (1973). The Language of Psycho-Analysis. Norton & Company.
  3. Kernberg, O. (1992). Aggression in Personality Disorders and Perversions. Yale University Press.
  4. Chasseguet-Smirgel, J. (1985). The Ego Ideal: A Psychoanalytic Essay on the Malady of the Ideal. Norton & Company.
  5. Stoller, R. J. (1975). Perversion: The Erotic Form of Hatred. Pantheon Books.

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Pós doutorando em Educação, Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela PUC-GO. Especialista em Gestalt-terapia pelo ITGT – GO. Foi professor da PUC-GO e do ITGT-GO entre os anos de 2006 e 2011.

É CEO, membro fundador e professor do Instituto Suassuna (IS-GO) e membro do Conselho Consultivo da Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad – hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC-Minas).

É autor dos livros: – Histórias da Gestalt – terapia no Brasil – Um estudo historiográfico – Organizador do livro Renadi: a experiência do plantar em Goiânia – Organizador do livro Supervisão em Gestalt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia.