Paredes virtuais

  • post publicado em 17/06/20 às 20:00 PM
  • Tempo estimado de leitura: 2 minutos

 

                Muitas pessoas, em tempos de Coronavírus, tentam cada vez mais estar próximas a seus filhos, maridos, esposas – enfim, de suas famílias –, e até mesmo dos colegas de trabalho. A questão é que, às vezes, desrespeitamos as “paredes virtuais” do próximo.

                É claro que todos precisamos estar perto, mas também precisamos nos afastar. Vamos à fábula dos porcos-espinhos: em uma era glacial, percebendo o risco de morte por congelamento, os animais resolveram se juntar em grupos para se agasalhar mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros vizinhos – justamente os que ofereciam mais calor. Ao se afastarem para não se machucar, eles morriam de frio, então eles se reagruparam, em uma distância segura, e sobreviveram.

                A partir dessa narrativa, percebe-se que qualquer excesso pode causar dor. Muitos falam apenas sobre a dificuldade de se estar só, mas conviver também não é tão simples, ainda mais quando não se tem uma distinção entre momento coletivo e momento individual.

                Assim, ao nos relacionarmos, devemos estar atentos a quão perto ou longe gostamos de ter o outro e precisamos estar dele, especialmente daqueles que amamos. Expressar amor não é só manter proximidade; é respeitar o espaço do outro.

                Já percebeu os fones de ouvido, portas fechadas, olhares de estranhamento, narizes torcidos ou mesmo cobranças desnecessárias? Quais são as paredes que você coloca, mesmo que de forma invisível, àquele que está aí, ao seu redor?

                Atente-se ao modo como estabelece suas “paredes virtuais”, e como os seus semelhantes o fazem. Caso necessário, saiba que você pode contar com a ajuda de um psicólogo. Lembre-se de que essas barreiras se dão em qualquer contexto em que esteja inserido, seja familiar, escolar (relação aluno-professor ou mesmo professores entre si), de trabalho ou de comunidade como um todo.

Abraço

Danilo Suassuna

Photo by pixpoetry on Unsplash

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Pós doutorando em Educação, Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela PUC-GO. Especialista em Gestalt-terapia pelo ITGT – GO. Foi professor da PUC-GO e do ITGT-GO entre os anos de 2006 e 2011.

É CEO, membro fundador e professor do Instituto Suassuna (IS-GO) e membro do Conselho Consultivo da Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad – hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC-Minas).

É autor dos livros: – Histórias da Gestalt – terapia no Brasil – Um estudo historiográfico – Organizador do livro Renadi: a experiência do plantar em Goiânia – Organizador do livro Supervisão em Gestalt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia.