Papel do pai é importante?

  • post publicado em 21/01/22 às 08:00 AM
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O pai ocupa o seu devido lugar? Não quer e/ou não pode?

Não recebe esse direito da mãe, da sogra? Essa figura é importante?

O vínculo do bebê com a figura paterna se inicia ainda no útero pois a criança já escuta e discrimina a voz dos pais devido à diferença de tonalidade.

Nos dias de hoje, um dos maiores problemas na educação dos filhos é a ausência do pai ou de uma figura que o substitua. Há muitos pais que não estão ocupando este lugar, seja por não desejarem ocupar ou por acreditarem que não podem. Por outro lado, há também muitas mães que não concedem este direito ao pai de seus filhos.

A educação, para ser equilibrada, necessita dos dois progenitores. A presença paterna na família é diferente e complementar à materna. A falta de um modelo na educação, masculino ou feminino, implica quase sempre um desequilíbrio naquele que é educado (no filho).

O ideal é que o pai participe dos cuidados com a criança desde o momento do nascimento: ele deve assistir ao banho, conversar com o pediatra e enfermeiras, cantar uma cantiga de ninar, ajudar na troca de fraldas e no banho. Mesmo se o casal estiver separado, o pai deve participar ao máximo possível da rotina de seu filho, perguntando para aquela pessoa que fica mais tempo com o bebê sobre seus gostos e suas preferências. Fazer parte da vida de um filho é fazer parte de seu mundo, é conhecê-lo.

Caso contrário, a privação da presença paterna causa vários efeitos. Entre eles, o vazio formado pela noção das crianças de não serem amadas pelo genitor que está ausente, com uma grande desvalorização de si mesmas. Sentimentos como o de angústia, de uma exagerada necessidade de amor, fortes sentimentos de vingança, e depressão também podem se fazer presentes.

Sentimentos de culpa também podem surgir pelo fato de a criança se achar má, por acreditar haver provocado a ausência e até por ter nascido. A criança pensa ser má também por ter sido deixada.  Os tímidos e temerosos do seu exterior se fecham em si mesmos, e os extrovertidos e temerosos do interior de sua história se vingam no mundo com condutas antissociais.

Embora o exercício da parentalidade esteja passando por uma transição entre o reconhecimento da importância da participação do pai no desenvolvimento da criança e a manutenção de papéis tradicionais do pai como ajudante da mãe nos cuidados e educação do filho, sem dúvida a participação efetiva do pai na vida de um filho promove segurança, autoestima, independência e estabilidade emocional.

Para tanto é necessário verificar as práticas parentais instituídas e se em alguma delas, o pai não recebe esse direito da mãe, da sogra e é colocada em segundo plano, sendo considerado menos importante.

Afinal, mãe e o pai fazem uso de várias estratégias e técnicas para orientar o comportamento dos seus filhos, denominadas de práticas parentais. Elas se formam dentro do contexto da família e são compreendidas como as relações intergeracionais e de intimidades entre o marido, a esposa e os filhos, e são consideradas como o principal sistema de apoio para a criança.

Elas surgem desde o momento em que a criança nasce e os pais começam a fazer previsões pautadas em suas crenças, levando-os a moldar ou elaborar experiências para seus filhos da maneira que a mãe e o pai julgam apropriadas.

O que o seu filho diria da importância do pai?

Ele afirmaria:

-Eu acho que minha mãe é responsável por tudo /a mãe está ali em tudo o que eu precisa / tudo o que vou fazer é com a mãe / ela tem mais participação/ eu sei que sou é filho dos dois, mas a presença dela supera / ela mãe protege mais;

 ou

-Meu pai é mais firme, mais decidido e é mais duro;

ou

– Meu pai não manda em nada. Ele nem fica em casa;

ou finalmente,

 Meu pai e minha mãe sempre combinam, quando estou falando com ela, ela chama meu papai também ou diz que vai discutir com ele antes de decidir o que peço.

Nesse caso, se os pais participarem e definirem em conjunto como querem educar poderão reforçar os seus papéis e darão aos seus filhos um modelo de crescimento saudável e harmonioso, com todas as condições para que o filho seja lançado na vida adulta, de forma mais estruturada e feliz.

Enfim, é sempre interessante refletir sobe o lugar do pai no contexto familiar, pois o filho (a) sempre procura no seu pai um modelo com o qual possam se identificar. Se o pai está ausente, outros modelos virão ocupar esse vazio, com grande probabilidade de não serem modelos propriamente exemplares, embora possa ser representada por um tio, um avô ou outro adulto do sexo masculino que participe da vida da criança.

Até porque, na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada.

Portanto, vamos rever o papel do pai no contexto familiar. Qual lugar que ocupa, e se não o faz de quem a responsabilidade.

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Autor: Virginia Suassuna

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Dr. Danilo Suassuna Martins Costa CRP 09/3697 CEO do Instituto suassuna, membro fundador e professor do Instituto Suassuna ; Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás(PUC-GO);

Especialista em Gestalt-terapia pleo Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestal-terapia de Goiânia (ITGT - GO). Doutor e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008) possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Pós-Doutorando em Educação;

Autor dos livros:

  • Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico;
  • Renadi - Rede de atenção a pessoa idosa;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia; Teoria e Prática;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia: O cuidado como figura;

Foi professor da PUC - GO e do ITGT - GO entre os anos de 2006 e 2011; Membro do Conselho Consultivo da Revista da Aborgagem Gestáitica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad - hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC - Minas); Organizador do livro Supervisão em Gestaltt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia; Professor na FacCidade.

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