O que fazer quando meu filho erra?

  • post publicado em 10/06/20 às 20:00 PM
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                Geralmente, quando um filho comete um erro, somos agressivos, dizendo palavras cruéis e atacando sua personalidade. Sei que é mais fácil, e confesso que também é o método mais rápido; no entanto, dessa forma, plantamos algo que germinará problemas no futuro.

                A censura faz com que nossos filhos se sintam cada vez menores e incapazes – lembremos que somos ídolos deles. Assim, ao criticá-los em demasia, acabamos por contribuir para que esses filhos tenham um conceito abalado de si mesmos, sentindo-se derrotados. Reflitamos: ninguém faz algo querendo errar.

                Ao reprimir suas ações, retiramos dos nossos filhos a força da experimentação, ou seja, o manejo do diferente; em psicologia, os chamados “ajustamentos criativos”. Resumindo, ele não conseguirá, no futuro, se adaptar a situações diferentes por sempre se achar incompetente, burro ou qualquer outra palavra que tenha ouvido de nossas bocas. Mas então, qual a saída?

                Devemos criar um senso de importância em suas tentativas, sendo elas exitosas ou não. Reforçar os seus bons comportamentos e relembrá-los gera autoconfiança nos seus filhos, além de aumentar o engajamento com os pais. Assim, aumentamos a confiança, a segurança e, principalmente, a intimidade da família.

                Não custa lembrar que, fora de casa, seu filho pode receber mais elogios que quando em casa, isto é, ele vai buscar estar mais com esses outros que o elogiam – muitas vezes de forma falsa –, apenas para reter a atenção de uma possível “amizade”, que será, no futuro, perniciosa.

                O seu caráter e controle, mesmo em situações adversas, levará a uma maior admiração do seu filho por você. Criticar, condenar e queixar-se só mostra ao outro que você não o deseja por perto. Falamos bem dos filhos, muitas vezes, longe deles. Quando estamos por perto, ressaltamos apenas o lado negativo.

                Os adolescentes vivem em busca de um elogio nosso, “olho no olho”; uma conversa gostosa e leve. Se fizermos isso, nossas palavras lhes ocorrerão mesmo depois de crescidos. Elogios corretos e saudáveis – não aqueles vazios, sem expressão – marcam sua memória afetiva. Porém, se o que entregamos são apenas palavras rudes e reprimendas, eles terão vontade de sair e se distanciar de nós.

                Para estarmos mais perto deles, devemos nos atentar ao que temos em comum. O que eles realmente desejam em um bate-papo? O que lhes é interessante? Quais são seus pontos de vista? A melhor atitude é envolver seu filho e, na linguagem dele, mostrar o que ele deseja, mas à sua maneira. Desperte nele o desejo de conversar com você e estar ao seu lado! Isso durará a vida toda.

Danilo Suassuna

Photo by Peter Dlhy on Unsplash

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Pós doutorando em Educação, Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela PUC-GO. Especialista em Gestalt-terapia pelo ITGT – GO. Foi professor da PUC-GO e do ITGT-GO entre os anos de 2006 e 2011.

É CEO, membro fundador e professor do Instituto Suassuna (IS-GO) e membro do Conselho Consultivo da Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad – hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC-Minas).

É autor dos livros: – Histórias da Gestalt – terapia no Brasil – Um estudo historiográfico – Organizador do livro Renadi: a experiência do plantar em Goiânia – Organizador do livro Supervisão em Gestalt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia.