

Nos dias de hoje, as telas fazem parte da rotina das crianças desde muito cedo. Celulares, tablets, TVs e videogames oferecem entretenimento, aprendizado e interação, mas o excesso de exposição pode trazer impactos negativos para o desenvolvimento infantil.
Os pais frequentemente se perguntam: “Quanto tempo de tela é seguro?” ou “A tecnologia está prejudicando meu filho?”. Neste artigo, vamos explorar os efeitos do uso excessivo de telas no desenvolvimento das crianças, as recomendações dos especialistas e como os pais podem equilibrar a tecnologia com um crescimento saudável.
Como o uso excessivo de telas afeta o cérebro infantil?
O cérebro das crianças está em constante desenvolvimento, e experiências precoces influenciam diretamente o modo como ele se estrutura. O uso excessivo de telas pode impactar diversas áreas do desenvolvimento:
🧠 Atenção e concentração → O excesso de estímulos rápidos dificulta a capacidade de focar em atividades prolongadas, como leitura e tarefas escolares.
🧠 Sono → A luz azul das telas inibe a produção de melatonina, prejudicando a qualidade do sono e afetando o humor e a memória.
🧠 Linguagem e interação social → Crianças que passam muito tempo em telas podem ter menos interações presenciais, o que impacta a comunicação e o desenvolvimento socioemocional.
🧠 Autocontrole e tolerância à frustração → Jogos e vídeos rápidos liberam dopamina (neurotransmissor do prazer), tornando outras atividades, como leitura e brincadeiras tradicionais, menos atraentes.
💡 Segundo Winnicott, o desenvolvimento saudável depende da interação humana e da criatividade. O excesso de telas pode reduzir o espaço para o brincar espontâneo e a construção da identidade infantil.
Quanto tempo de tela é considerado seguro para cada idade?
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam os seguintes limites de tempo de tela:
🚼 Até 2 anos → Sem exposição a telas, exceto para chamadas de vídeo.
👦 De 2 a 5 anos → Até 1 hora por dia, sempre com supervisão e conteúdos educativos.
👧 De 6 a 10 anos → Até 2 horas por dia, com equilíbrio entre telas, atividades físicas e brincadeiras.
🧑 Adolescentes (11 a 18 anos) → Até 3 horas por dia, sempre garantindo tempo para estudos, esportes e interações presenciais.
Os diferentes impactos das telas em cada fase do desenvolvimento
🔹 Até 2 anos – Desenvolvimento Sensorial e Motor
✅ A criança aprende pelo toque, movimento e interação com o ambiente real.
⚠️ O uso de telas nessa fase pode prejudicar a aquisição da linguagem e a formação do vínculo com os pais.
🔹 Dos 2 aos 5 anos – Desenvolvimento da Linguagem e Imaginação
✅ Conteúdos educativos podem ajudar na ampliação do vocabulário.
⚠️ O uso excessivo de telas pode atrasar o desenvolvimento da fala e reduzir a criatividade.
🔹 Dos 6 aos 10 anos – Desenvolvimento Cognitivo e Social
✅ Jogos educativos e vídeos podem estimular o aprendizado.
⚠️ O excesso de telas pode levar ao sedentarismo e diminuir o interesse por leitura e brincadeiras presenciais.
🔹 A partir dos 11 anos – Autonomia e Relacionamentos
✅ O uso da tecnologia pode favorecer a aprendizagem e a socialização.
⚠️ O uso descontrolado pode gerar dependência digital, dificuldade de concentração e problemas emocionais.
Como os pais podem equilibrar o uso da tecnologia?
✅ Dar o exemplo
As crianças aprendem observando os pais. Se os adultos passam muito tempo no celular, os filhos tendem a imitar esse comportamento.
✅ Criar zonas livres de tela
Estabeleça momentos sem telas, como durante as refeições e antes de dormir.
✅ Usar a tecnologia de forma ativa, e não passiva
Prefira atividades interativas, como jogos educativos e chamadas de vídeo com familiares, em vez de consumo passivo de vídeos sem supervisão.
✅ Incentivar brincadeiras off-line
Brincadeiras ao ar livre, esportes, leitura e atividades manuais ajudam a equilibrar o tempo de tela.
✅ Estabelecer regras claras
Defina horários para o uso das telas e incentive a autorregulação:
📌 “Depois do dever de casa, você pode assistir a um episódio do seu desenho favorito.”
✅ Monitorar o conteúdo consumido
Utilize ferramentas de controle parental para garantir que os conteúdos sejam adequados para a idade.
✅ Favorecer o contato social
Nada substitui o aprendizado emocional que acontece nas interações presenciais com amigos e familiares.
Quando buscar apoio profissional?
Se a criança ou adolescente apresenta sinais de dependência digital, pode ser necessário buscar o suporte de um especialista. Alguns sinais de alerta incluem:
🔴 Dificuldade em controlar o tempo de tela, ficando irritado quando precisa desligar.
🔴 Isolamento social e redução do interesse por atividades fora do ambiente digital.
🔴 Dificuldade em manter a atenção em tarefas escolares sem estímulos tecnológicos.
🔴 Alterações no humor, irritabilidade e mudanças no padrão de sono.
💡 Um pediatra pode ajudar a avaliar se o uso da tecnologia está interferindo no desenvolvimento da criança e indicar um psicólogo ou psiquiatra infantil para suporte especializado.
O Projeto “Todos Cuidados” e o suporte especializado
No Instituto Suassuna, o Projeto Todos Cuidados oferece um acompanhamento completo para crianças e adolescentes que enfrentam desafios relacionados ao uso excessivo de telas e suas consequências emocionais e cognitivas.
🔹 Psicólogos especializados no desenvolvimento infantil e no uso saudável da tecnologia.
🔹 Psiquiatras preparados para avaliar casos de dependência digital e impactos emocionais.
🔹 Orientação para pais e cuidadores sobre como estabelecer limites saudáveis para o uso da tecnologia.
Se você percebe que seu filho está excessivamente dependente das telas e isso está afetando seu desenvolvimento, o Projeto Todos Cuidados pode oferecer um suporte especializado e um plano de intervenção eficaz.
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Conclusão
A tecnologia pode ser uma grande aliada no aprendizado e na diversão das crianças, mas seu uso precisa ser equilibrado. Os pais têm um papel fundamental em estabelecer limites e incentivar atividades off-line, garantindo um desenvolvimento saudável.
Se o uso das telas está prejudicando o sono, a socialização ou o desempenho escolar do seu filho, buscar orientação com um pediatra, psicólogo ou psiquiatra infantil pode ser essencial para encontrar o equilíbrio ideal.