O impacto da tecnologia no desenvolvimento infantil: quanto tempo de tela é seguro?

  • post publicado em 16/06/25 às 09:13 AM
  • Tempo estimado de leitura: 4 minutos

 

Nos dias de hoje, as telas fazem parte da rotina das crianças desde muito cedo. Celulares, tablets, TVs e videogames oferecem entretenimento, aprendizado e interação, mas o excesso de exposição pode trazer impactos negativos para o desenvolvimento infantil.

Os pais frequentemente se perguntam: “Quanto tempo de tela é seguro?” ou “A tecnologia está prejudicando meu filho?”. Neste artigo, vamos explorar os efeitos do uso excessivo de telas no desenvolvimento das crianças, as recomendações dos especialistas e como os pais podem equilibrar a tecnologia com um crescimento saudável.

Como o uso excessivo de telas afeta o cérebro infantil?

O cérebro das crianças está em constante desenvolvimento, e experiências precoces influenciam diretamente o modo como ele se estrutura. O uso excessivo de telas pode impactar diversas áreas do desenvolvimento:

🧠 Atenção e concentração → O excesso de estímulos rápidos dificulta a capacidade de focar em atividades prolongadas, como leitura e tarefas escolares.

🧠 Sono → A luz azul das telas inibe a produção de melatonina, prejudicando a qualidade do sono e afetando o humor e a memória.

🧠 Linguagem e interação social → Crianças que passam muito tempo em telas podem ter menos interações presenciais, o que impacta a comunicação e o desenvolvimento socioemocional.

🧠 Autocontrole e tolerância à frustração → Jogos e vídeos rápidos liberam dopamina (neurotransmissor do prazer), tornando outras atividades, como leitura e brincadeiras tradicionais, menos atraentes.

💡 Segundo Winnicott, o desenvolvimento saudável depende da interação humana e da criatividade. O excesso de telas pode reduzir o espaço para o brincar espontâneo e a construção da identidade infantil.

Quanto tempo de tela é considerado seguro para cada idade?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam os seguintes limites de tempo de tela:

🚼 Até 2 anos → Sem exposição a telas, exceto para chamadas de vídeo.

👦 De 2 a 5 anos → Até 1 hora por dia, sempre com supervisão e conteúdos educativos.

👧 De 6 a 10 anos → Até 2 horas por dia, com equilíbrio entre telas, atividades físicas e brincadeiras.

🧑 Adolescentes (11 a 18 anos) → Até 3 horas por dia, sempre garantindo tempo para estudos, esportes e interações presenciais.

Os diferentes impactos das telas em cada fase do desenvolvimento

🔹 Até 2 anos – Desenvolvimento Sensorial e Motor

✅ A criança aprende pelo toque, movimento e interação com o ambiente real.

⚠️ O uso de telas nessa fase pode prejudicar a aquisição da linguagem e a formação do vínculo com os pais.

🔹 Dos 2 aos 5 anos – Desenvolvimento da Linguagem e Imaginação

✅ Conteúdos educativos podem ajudar na ampliação do vocabulário.

⚠️ O uso excessivo de telas pode atrasar o desenvolvimento da fala e reduzir a criatividade.

🔹 Dos 6 aos 10 anos – Desenvolvimento Cognitivo e Social

✅ Jogos educativos e vídeos podem estimular o aprendizado.

⚠️ O excesso de telas pode levar ao sedentarismo e diminuir o interesse por leitura e brincadeiras presenciais.

🔹 A partir dos 11 anos – Autonomia e Relacionamentos

✅ O uso da tecnologia pode favorecer a aprendizagem e a socialização.

⚠️ O uso descontrolado pode gerar dependência digital, dificuldade de concentração e problemas emocionais.

Como os pais podem equilibrar o uso da tecnologia?

✅ Dar o exemplo

As crianças aprendem observando os pais. Se os adultos passam muito tempo no celular, os filhos tendem a imitar esse comportamento.

✅ Criar zonas livres de tela

Estabeleça momentos sem telas, como durante as refeições e antes de dormir.

✅ Usar a tecnologia de forma ativa, e não passiva

Prefira atividades interativas, como jogos educativos e chamadas de vídeo com familiares, em vez de consumo passivo de vídeos sem supervisão.

✅ Incentivar brincadeiras off-line

Brincadeiras ao ar livre, esportes, leitura e atividades manuais ajudam a equilibrar o tempo de tela.

✅ Estabelecer regras claras

Defina horários para o uso das telas e incentive a autorregulação:

📌 “Depois do dever de casa, você pode assistir a um episódio do seu desenho favorito.”

✅ Monitorar o conteúdo consumido

Utilize ferramentas de controle parental para garantir que os conteúdos sejam adequados para a idade.

✅ Favorecer o contato social

Nada substitui o aprendizado emocional que acontece nas interações presenciais com amigos e familiares.

Quando buscar apoio profissional?

Se a criança ou adolescente apresenta sinais de dependência digital, pode ser necessário buscar o suporte de um especialista. Alguns sinais de alerta incluem:

🔴 Dificuldade em controlar o tempo de tela, ficando irritado quando precisa desligar.

🔴 Isolamento social e redução do interesse por atividades fora do ambiente digital.

🔴 Dificuldade em manter a atenção em tarefas escolares sem estímulos tecnológicos.

🔴 Alterações no humor, irritabilidade e mudanças no padrão de sono.

💡 Um pediatra pode ajudar a avaliar se o uso da tecnologia está interferindo no desenvolvimento da criança e indicar um psicólogo ou psiquiatra infantil para suporte especializado.

O Projeto “Todos Cuidados” e o suporte especializado

No Instituto Suassuna, o Projeto Todos Cuidados oferece um acompanhamento completo para crianças e adolescentes que enfrentam desafios relacionados ao uso excessivo de telas e suas consequências emocionais e cognitivas.

🔹 Psicólogos especializados no desenvolvimento infantil e no uso saudável da tecnologia.

🔹 Psiquiatras preparados para avaliar casos de dependência digital e impactos emocionais.

🔹 Orientação para pais e cuidadores sobre como estabelecer limites saudáveis para o uso da tecnologia.

Se você percebe que seu filho está excessivamente dependente das telas e isso está afetando seu desenvolvimento, o Projeto Todos Cuidados pode oferecer um suporte especializado e um plano de intervenção eficaz.

🔗 Saiba mais: institutosuassuna.com.br/todos-cuidados

Conclusão

A tecnologia pode ser uma grande aliada no aprendizado e na diversão das crianças, mas seu uso precisa ser equilibrado. Os pais têm um papel fundamental em estabelecer limites e incentivar atividades off-line, garantindo um desenvolvimento saudável.

Se o uso das telas está prejudicando o sono, a socialização ou o desempenho escolar do seu filho, buscar orientação com um pediatra, psicólogo ou psiquiatra infantil pode ser essencial para encontrar o equilíbrio ideal.

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Dr. Danilo Suassuna Martins Costa CRP 09/3697 CEO do Instituto suassuna, membro fundador e professor do Instituto Suassuna ; Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás(PUC-GO);

Especialista em Gestalt-terapia, Doutor e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008) possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Pós-Doutorando em Educação;

Autor dos livros:

  • Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico;
  • Renadi - Rede de atenção a pessoa idosa;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia; Teoria e Prática;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia: O cuidado como figura;

Organizador do livro Supervisão em Gestaltt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia; Professor na FacCidade.

Acesse o Lattes: http://lattes.cnpq.br/8022252527245527