Não esperem o casamento ficar por um fio, para procurarem ajuda

  • 27 jul

Tem uma nova pessoa entre vocês e com ela, muitos palpites,

Muitas participações, visitas, nova rotina, novos problemas.

Existe uma história a ser preservada, porém, atualizada.

Tem um bebê entre vocês! Uma criança se desenvolvendo e aprendendo

A cada minuto tudo que vocês estiverem ensinando.

Será cansativo, exaustivo até.

As noites em claro, o choro do bebê, as preocupações,

Os trabalhos diários e, especialmente, o conteúdo emocional que emerge.

Ah, como é impactante esse conteúdo, muitas vezes bem guardadinho aí dentro.

Feridas, ausências, traumas, gritos, falta de colo, de afeto, faltas…

Chega tudo junto, sem pedir licença.

As expectativas, essas construídas a partir do relacionamento A DOIS,

Podem ser frustradas e isso distanciar o casal.

A mulher espera do homem: que ele participe, que acorde nas madrugadas, que dê o banho,

Que cuide dela, que faça o jantar, que faça um carinho.

O homem espera da mulher: que ela dê conta de tudo, que não deixe de dar atenção a ele, que o jantar esteja pronto, que não falte sexo.

Ambos, em sua espera, criam uma barreira entre si. Preferem ir “deixando pra lá.”

O marido, passa a ficar mais tempo no trabalho. A esposa, triste e com baixa autoestima, segue no automático.

Um dia a conta chega. E pode ser impagável. O abismo, irreversível.

Recomendo:

Falem com Deus. Orem um pelo outro, pelo casamento, pela família.

Façam um bom pré-natal psicológico. Seus pais não fizeram e “deu tudo certo” mas vocês podem fazer “dar tudo certo, de um jeito mais saudável.”

Olhem nos olhos. Todos os dias. Perguntem um outro: como foi o seu dia?

Não desistam dos cuidados, mesmo que tão simples. São estes que sustentarão os dias cinzentos.

Acolham e cuidem de todas as feridas da infância, revejam as referências, acessem o começo.

O começo interfere no agora e é inevitável.

Seus filhos estão recebendo suas impressões em cada gesto.

O casamento merece e deve continuar recebendo cuidados.

Não deixem de ser “dois”. E, então, a TRÊS, estarão bem mais felizes.

KARLA CERÁVOLO
Psicóloga, coordenadora da pós de Psicologia Perinatal e Obstétrica.
@karla.ceravolo

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