HPV Um ganho para as mulheres!

  • post publicado em 05/08/24 às 16:36 PM
  • Tempo estimado de leitura: 6 minutos

 

A recente incorporação do teste de sangue para a detecção do vírus HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil representa um avanço significativo na estratégia de prevenção e detecção precoce do câncer de colo do útero. Essa nova modalidade de teste, publicada em portaria no Diário Oficial da União, promete ampliar o acesso ao diagnóstico, oferecendo uma alternativa ao exame Papanicolau tradicional.

A implementação dessa tecnologia nos serviços de saúde pública tem potencial para melhorar a adesão ao rastreamento, dado que o teste de sangue pode ser percebido como menos invasivo e mais conveniente. A recomendação de realização a cada cinco anos, comparada à frequência trienal do Papanicolau, também pode contribuir para uma maior aderência ao programa de rastreamento.

O investimento do Ministério da Saúde em projetos piloto, como o realizado em Pernambuco, com um aporte de R$ 18 milhões, ilustra o compromisso em avaliar e implementar tecnologias que podem tornar o diagnóstico do HPV mais acessível e eficiente. Segundo Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, a incorporação dessa tecnologia visa diminuir as desigualdades de acesso aos cuidados de saúde, atendendo às necessidades da população de maneira mais efetiva.

Dada a prevalência do HPV como a infecção sexualmente transmissível mais comum e sua relação direta com o desenvolvimento do câncer de colo de útero, estratégias que facilitam o diagnóstico e permitem a intervenção precoce são fundamentais. Este tipo de câncer, ainda sendo uma das principais causas de morte entre mulheres, especialmente aquelas negras, pobres e com menor nível de educação formal, necessita de políticas públicas assertivas que enderecem tanto a prevenção quanto o tratamento eficaz.

A adoção do teste de sangue para HPV no SUS é um exemplo de como a inovação tecnológica pode ser utilizada para melhorar a saúde pública, oferecendo ferramentas mais eficientes e acessíveis para o diagnóstico de condições que têm um impacto significativo na saúde das mulheres. Essa medida pode ser um passo importante na redução da incidência e mortalidade por câncer de colo de útero no Brasil, alinhando-se com esforços globais para combater essa doença.

Estatísticas

As estatísticas sobre o câncer de colo de útero e a infecção pelo HPV no Brasil revelam aspectos importantes sobre a prevalência da doença e os desafios associados à sua prevenção e tratamento. De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, aproximadamente 17 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero no país a cada ano. Essa taxa de incidência coloca o câncer de colo de útero como o quarto tipo de câncer mais comum entre mulheres no Brasil, e também como a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres.

A distribuição da incidência e da mortalidade por câncer de colo de útero no Brasil é influenciada por fatores socioeconômicos e demográficos. Mulheres negras, pobres e com baixos níveis de educação formal são desproporcionalmente afetadas. Essa disparidade destaca a necessidade de políticas de saúde pública que não apenas focam na disponibilização de tecnologias de diagnóstico, como o teste de sangue para HPV, mas também abordam as barreiras de acesso ao cuidado de saúde.

A relação entre o HPV e o câncer de colo de útero é bem estabelecida. O vírus HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum globalmente, e certos tipos de HPV de alto risco estão diretamente relacionados ao desenvolvimento de câncer de colo de útero. A disponibilidade de testes para detecção do HPV é crucial para a identificação precoce de infecções que podem levar ao desenvolvimento de lesões pré-cancerosas e câncer.

Além das estatísticas nacionais, é importante considerar as variações regionais na incidência de câncer de colo de útero. Em algumas regiões, como o Norte do Brasil, a taxa de incidência e mortalidade por câncer de colo de útero é particularmente alta, refletindo desigualdades em termos de acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento.

Esses dados sublinham a importância de fortalecer os programas de rastreamento do câncer de colo de útero, como o teste de sangue para HPV agora incorporado ao SUS, e de implementar estratégias integradas que incluem vacinação contra o HPV, educação para a saúde, e melhoria do acesso aos serviços de saúde para todas as mulheres, independentemente de sua localização geográfica, status socioeconômico ou educacional.

Trabalho da psicologia hospitalar

A incorporação de novas tecnologias para a detecção do HPV e o rastreamento do câncer de colo de útero pelo SUS tem uma relação significativa com o trabalho do psicólogo hospitalar. Esses profissionais desempenham um papel crucial no suporte psicológico às pacientes, auxiliando no enfrentamento do diagnóstico, tratamento e implicações emocionais associadas ao câncer de colo de útero.

Importância do Trabalho do Psicólogo Hospitalar

Suporte Emocional: A descoberta de uma infecção por HPV ou um diagnóstico de câncer de colo de útero pode ser extremamente estressante para a paciente. O psicólogo hospitalar oferece suporte emocional, ajudando a paciente a lidar com medos, ansiedade e incertezas que podem surgir.

Intervenção Psicológica: Intervenções psicológicas podem melhorar a qualidade de vida e o bem-estar emocional das pacientes. Técnicas como terapia cognitivo-comportamental (TCC) podem ser usadas para ajudar as pacientes a gerenciar pensamentos e emoções negativas.

Educação e Informação: O psicólogo pode desempenhar um papel educativo, fornecendo informações claras e precisas sobre o HPV, o processo de diagnóstico e as opções de tratamento. Isso pode ajudar a diminuir o medo do desconhecido e empoderar as pacientes em seu processo de tratamento.

Adesão ao Tratamento: O apoio psicológico pode influenciar positivamente a adesão ao tratamento. Os psicólogos podem ajudar a identificar barreiras psicológicas, sociais ou comportamentais que possam impedir as pacientes de seguir as recomendações médicas.

Suporte à Decisão: Os psicólogos ajudam as pacientes a tomar decisões informadas sobre suas opções de tratamento, considerando não apenas os aspectos médicos, mas também suas preferências pessoais, valores e circunstâncias de vida.

Relação com a Incorporação de Novas Tecnologias de Testagem

A introdução do teste de sangue para HPV no SUS pode aumentar o número de diagnósticos precoces, o que, por sua vez, aumenta a importância do suporte psicológico. O psicólogo hospitalar terá um papel ainda mais relevante na preparação das pacientes para o procedimento de testagem, no manejo das reações emocionais ao resultado e no acompanhamento durante o processo de tratamento subsequente.

Portanto, o trabalho do psicólogo hospitalar é fundamental para o manejo integral da saúde das mulheres que enfrentam o HPV e o câncer de colo de útero. O apoio psicológico adequado pode melhorar os resultados clínicos, a adesão ao tratamento e a qualidade de vida das pacientes, enfatizando a necessidade de uma abordagem holística à saúde que inclua tanto os aspectos médicos quanto psicológicos do cuidado.

Importante ressaltar que o psicólogo hospitalar pode oferecer um espaço seguro para que as pacientes expressem suas emoções, medos e preocupações, ajudando a lidar com o estresse emocional associado ao diagnóstico e ao tratamento, além de fornecer informações precisas sobre a condição, tratamento e prognóstico, ajudando as pacientes a entenderem melhor sua situação e a tomar decisões informadas sobre seu cuidado.

Visão interidisciplinar

A incorporação do teste para detecção do HPV no SUS e as estatísticas relacionadas ao câncer de colo de útero têm relevância direta para a atuação de psicólogos hospitalares, refletindo a multidisciplinaridade necessária no cuidado à saúde. Esses profissionais, atuando em contextos hospitalares e de saúde, desempenham um papel crucial no suporte psicológico às pacientes diagnosticadas com câncer de colo de útero ou que estão em risco devido à infecção por HPV.

A relação com o trabalho do psicólogo hospitalar está na abordagem integral da saúde da paciente, considerando aspectos físicos, psicológicos e sociais. O diagnóstico de câncer de colo de útero ou a presença do HPV pode ser uma fonte significativa de estresse, ansiedade e impacto emocional para as mulheres. Assim, o psicólogo hospitalar atua para oferecer suporte emocional, facilitar a compreensão sobre a doença e o tratamento, e promover estratégias de enfrentamento.

Além disso, considerando a missão de ampliar as áreas de atuação dos psicólogos e psicólogas, a abordagem não se limita a uma única técnica terapêutica. Envolve uma gama de intervenções que podem incluir terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia psicodinâmica, terapia de aceitação e compromisso, entre outras, dependendo das necessidades e características individuais da paciente.

A interdisciplinaridade é essencial, com psicólogos trabalhando em conjunto com médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde para garantir um cuidado holístico. Isso pode incluir participar de equipes de cuidado paliativo, oferecer aconselhamento sobre saúde sexual e reprodutiva, e apoiar a mulher no processo de tomada de decisão em relação a tratamentos e intervenções médicas.

Portanto, a relação entre o trabalho do psicólogo hospitalar e a detecção e tratamento do HPV e câncer de colo de útero é uma parte integral do cuidado multidisciplinar e holístico oferecido às pacientes, alinhando-se com a visão de ampliar e diversificar as práticas e intervenções em psicologia.

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Dr .Danilo Suassuna

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Dra. Andréa Batista Magalhães 

CRP 09/3121

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Dr. Danilo Suassuna Martins Costa CRP 09/3697 CEO do Instituto suassuna, membro fundador e professor do Instituto Suassuna ; Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás(PUC-GO);

Especialista em Gestalt-terapia pleo Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestal-terapia de Goiânia (ITGT - GO). Doutor e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008) possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Pós-Doutorando em Educação;

Autor dos livros:

  • Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico;
  • Renadi - Rede de atenção a pessoa idosa;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia; Teoria e Prática;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia: O cuidado como figura;

Foi professor da PUC - GO e do ITGT - GO entre os anos de 2006 e 2011; Membro do Conselho Consultivo da Revista da Aborgagem Gestáitica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad - hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC - Minas); Organizador do livro Supervisão em Gestaltt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia; Professor na FacCidade.

Acesse o Lattes: http://lattes.cnpq.br/8022252527245527