Fertilidade Machista?

  • post publicado em 12/08/20 às 21:00 PM
  • Tempo estimado de leitura: 2 minutos

 

“Isso é justo doutora?”, “Deus é machista?” – comentários indignados não faltam. A verdade é que a despeito de todos os nossos avanços em relação à igualdade de direitos para com o sexo masculino, empoderamento feminino e libertação de padrões patriarcais de longa data, nossa capacidade reprodutiva continua tendo data limite.

            O homem tem plena capacidade reprodutiva até pelo menos os 40 anos, e sua queda (em quantidade e qualidade) é mais lenta do que a que ocorre na mulher. De qualquer forma, a fertilidade se mantém até os 60-80 anos! Já nas mulheres, começam uma queda importante de fertilidade a partir dos 35, e por volta dos 40-42 anos uma gestação espontânea é praticamente considerada um milagre. Adicione a isso riscos elevados de complicações gestacionais, incluindo pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, abortamento, parto prematuro e malformações.

            Sim, os avanços foram muitos; hoje podemos ler, estudar, votar, trabalhar, assinar contratos, ter propriedades e escolher com quem vamos nos casar (ou escolher não fazê-lo). Questões como violência doméstica, feminicídio, assédio sexual, estupro, direitos trabalhistas e outras formas de discriminação têm sido discutidas, apesar de ainda requererem muita evolução… Sugiro deleite e reflexão sobre esses assuntos assistindo à série brasileira produzida pelo Netflix “Coisa Mais Linda”, que acaba de lançar sua segunda temporada.

            Todo esse movimento de igualdade, evolução intelectual e incorporação da mulher na vida profissional em busca de sucesso e estabilidade financeira acaba por culminar em um início tardio da vida afetiva e/ou postergação no desejo de ter filhos. Até o momento, o que a ciência consegue nos oferecer de mais efetivo é a informação. A informação vale ouro e pode nos manter na condição de fazer escolhas.  A tecnologia, por meio do que chamamos “Preservação Social”, nos permite congelar tecido ovariano, óvulos ou embriões, mas nada consegue garantir que aquele material, quando solicitado, resultará em “bebê em casa”. Há perdas de reserva ao longo dos anos, perdas durante as coletas, no congelamento e descongelamento; alguns embriões são viáveis e outros não. Alguns são transferidos para o útero e não se implantam, algumas gestações se iniciam, mas não resistem.

            É recomendável que todas tenham acesso a essas informações, e à medida que a idade vai avançando, um tempo seja separado para refletir sobre o desejo pela maternidade. O planejamento de vida, preferencialmente, deve ser discutido com apoio de ginecologista e psicólogo com experiência na área. Se há desejo pelo “maternar”, é interessante ponderar se o planejamento se enquadra no famoso “relógio biológico feminino”; caso contrário, sugere-se estudar as possibilidades disponíveis para manter essa opção ou mudar a ordem dos planos.  Caso não exista esse desejo, é importante certificar-se que essa opção será estável, a fim de não gerar arrependimentos futuros, afinal, a vida é uma grande metamorfose. 

Se identificou com essa mulher moderna e tem mais de 30 anos? Comece já a pensar sobre o assunto e procure uma equipe multiprofissional para atendê-la da melhor forma. Cuide-se!

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Dra. Lidyane Gomide

Médica – CRMGO 14463

Ginecologia e Obstetrícia RQE 8560 / TEGO 0229/2017

Endoscopia Ginecológica RQE 9169

Instagram: @dralidyanegomide

Foto de Andreza Vasconcelos no Pexels

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Dr. Danilo Suassuna Martins Costa CRP 09/3697 CEO do Instituto suassuna, membro fundador e professor do Instituto Suassuna ; Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás(PUC-GO);

Especialista em Gestalt-terapia pleo Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestal-terapia de Goiânia (ITGT - GO). Doutor e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008) possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Pós-Doutorando em Educação;

Autor dos livros:

  • Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico;
  • Renadi - Rede de atenção a pessoa idosa;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia; Teoria e Prática;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia: O cuidado como figura;

Foi professor da PUC - GO e do ITGT - GO entre os anos de 2006 e 2011; Membro do Conselho Consultivo da Revista da Aborgagem Gestáitica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad - hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC - Minas); Organizador do livro Supervisão em Gestaltt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia; Professor na FacCidade.

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