Mamãe, eu sou a irmã mais velha! Mas você se esqueceu que eu ainda sou criança?
Às vezes a gente se esquece…
E todos ao redor esquecem.
Começam as grandes tarefas para aquele ser ainda tão pequenino…
E ficamos imersas no puerpério, primeiro ano de Vida do bebê e toda aquela demanda exaustiva, intensa e porque não dizer “enlouquecedora”?
Quando percebemos, nosso pequeno primogênito cresceu tanto que já não pede ajuda para quase nada.
Será?
Será que não pede ajuda ou apenas mudou o jeito de comunicar que precisa de nós?!
“Você é o mais velho. Tem que dar exemplo!”
“Ahhh, agora perdeu o colinho pro irmão!”
“Você já é uma mocinha.”
“Cadê o rapaz do papai?”
…
Não há nada de errado em estimular o desenvolvimento dos nossos filhos e promover possibilidades para que desenvolvam suas habilidades emocionais.
Mas erramos, muitas vezes, sem perceber que estamos exigindo demais, pulando etapas, negligenciando cuidados necessários.
Muitas mamães procuram acompanhamento psicológico para lidarem melhor com a chegada do segundo ou terceiro filho, preocupadas com o “impacto” dessa convivência e eu sempre digo: seu filho vai entender a chegada do irmão (ã) à maneira que vocês, os pais, viverem essa experiência.
Vale aqui sugerir o olhar para a relação dos pais com seus próprios irmãos. O que está refletindo agora?
Nossos filhos estão a aprender quase tudo com a gente! Quase tudo!
Irão aprender riquezas que levarão por toda a vida entre eles, entre irmãos! Cabe a nós promover a saúde dessa relação.
KARLA CERÁVOLO
Psicóloga, coordenadora da pós de Psicologia Perinatal e Obstétrica.
@karla.ceravolo