O congelamento de óvulos pode ser indicado em diversos momentos da vida da mulher, além da preservação da fertilidade de pacientes com câncer. As outras indicações mais comuns são a presença de doença ovariana como a endometriose, previamente às cirurgias ovarianas por diferentes patologias, no diagnóstico de reserva ovariana reduzida antes da ocorrência da menopausa precoce e outras situações.
A preservação da fertilidade com congelamento de óvulos pode ser realizada também em casos em que há o desejo ou necessidade da mulher em postergar a maternidade, uma vez que o relógio biológico não espera.
Um estudo realizado com quase 450 brasileiras elegíveis para preservação de fertilidade com média de idade de 33 anos, demonstrou que 85,4% considerariam a criopreservação de óvulos como uma forma de aumentar suas chances de fertilidade futura. Quase 90% delas já tinha algum conhecimento sobre a possibilidade de congelar óvulos como uma tentativa de prolongar a fertilidade e a postergar a maternidade.
Sabe-se que a qualidade do óvulo, a taxa de fertilização dos gametas e a evolução embrionária estão diretamente associados à idade feminina. Estudos publicados na literatura mostram que uma paciente submetida a um ciclo de fertilização in vitro com os próprios óvulos frescos, aos 42 anos, tem uma taxa de gravidez de 6,6% por transferência. Caso a mesma paciente tivesse congelado os óvulos aos 30 anos, aproveitando seus óvulos descongelados aos 42 anos, num ciclo de reprodução assistida, teria uma taxa estimada de mais de 40% de sucesso para engravidar. Por isso, quanto mais cedo a mulher congelar seus óvulos, melhores serão as taxas de sucesso posteriormente.
Isso é uma realidade por que, em idade mais precoce, a reserva ovariana que se encontra em melhores perspectivas de resposta aos estímulos hormonais, possibilitando obtenção de mais óvulos com maior qualidade e potencial reprodutivo. A busca pela preservação da fertilidade com o congelamento de óvulos ainda tem ocorrido acima dos 30 anos revelando a importância de alertar a população e os profissionais que a assistem as mulheres para estimular uma busca mais precoce.
PROF. DR. EDUARDO CAMELO DE CASTRO
CRM GO: 11384
▶️ Especialista em Ginecologia pela Santa Casa de São Paulo (RQE: 5694)
▶️ Especialista em Reprodução Assistida pela FEBRASGO-AMB (RQE: 11406)
▶️ Diretor Associado da Humana Medicina Reprodutiva
▶️ Professor Adjunto de Reprodução Humana Assistida da Medicina UFG
▶️ Presidente do Conselho dos Delegados da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana
▶️ Membro do Conselho Editorial da Revista Human Reproduction Archives
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