Aprendizagem em tempos de pandemia

  • post publicado em 05/08/20 às 21:00 PM
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Muitos autores apresentam o processo de ensino e aprendizagem como decorrente de vários fatores e, dentre estes, a necessidade de adaptação ao novo contexto ou a necessidade de adequação a novos conhecimentos para a transformação social.

Vigotski destaca o homem como ser histórico e social e, afirma a interferência da cultura no desenvolvimento das aprendizagens; também afirma que, como pertencentes a espécie humana a nossa inserção na cultura mediante a apropriação dos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade é que vai garantir nossa humanização. Segundo, o autor, “ os próprios homens influenciam sua relação com o ambiente e, através desse ambiente, pessoalmente modificam seu comportamento, colocando-o sob seu controle”. (VIGOTSKI, 2007, p.51)

Desta forma, no atual momento em que vivemos, decorrente de uma pandemia que assola o mundo, quais aprendizagens temos desenvolvido? Com certeza são muitas, demandadas pelo fato de termos que adequar nossa rotina de trabalho ao home office, uma vez que o isolamento social foi decretado como uma das melhores formas de combate ao COVID 19. Também, tivemos que aprender a conviver com a família durante 24 horas por dia, compartilhando angústias, desafios e ansiedades.

No entanto, dentre as aprendizagens, uma se destacou como prioridade: a descoberta de nós mesmos. Nestes momentos de quarentena, em que temos que organizar nossos hábitos de vida para dar conta de tantas atribuições que tivemos que assumir, como nos mantermos tranquilos e equilibrados? Então, o que descobrimos sobre nossa capacidade de resiliência no enfrentamento destas situações inéditas?

É neste momento que precisamos aprender sobre nós mesmos, sobre como nos assegurarmos de ferramentas que nos fortaleçam. Isto depende do nosso reencontro com nosso próprio self, reconhecendo nossas condições de enfrentamento de momentos difíceis. Precisamos também reconhecer o que nos fragiliza e assim buscar apoio no que nos fortalece para tentar estabelecer o equilíbrio emocional. É hora de fazer algo que lhe dê prazer, hora de refletir, de se exercitar, buscando o equilíbrio emocional.

Pois, embora os acontecimentos sejam ameaçadores, as reflexões sobre nossas condições humanas e individuais de sobrevivência aos momentos difíceis, podem resultar em processos de mudança. Novas aprendizagens que acarretarão a apropriação de novos conhecimentos sobre o mundo e sobre si mesmo. Pois….Tudo isso vai passar e teremos que aprender também a viver num mundo que, com certeza, será diferente do que vivíamos antes do início da pandemia.

Profa. Dra. Regina Bonat Pianovski

Foto de Gustavo Fring no Pexels

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Pós doutorando em Educação, Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela PUC-GO. Especialista em Gestalt-terapia pelo ITGT – GO. Foi professor da PUC-GO e do ITGT-GO entre os anos de 2006 e 2011.

É CEO, membro fundador e professor do Instituto Suassuna (IS-GO) e membro do Conselho Consultivo da Revista da Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad – hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC-Minas).

É autor dos livros: – Histórias da Gestalt – terapia no Brasil – Um estudo historiográfico – Organizador do livro Renadi: a experiência do plantar em Goiânia – Organizador do livro Supervisão em Gestalt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia.