

5 dicas sobre sofrimento adolescente
Compreender crianças e adolescentes exige mais do que técnica. Requer sensibilidade, abertura ao novo e uma sólida compreensão teórica. O livro Sofrimentos Infantojuvenis na Abordagem Gestáltica (Juruá Editora), organizado por Daniela Magalhães da Silva e Carla Machado Alegria, é uma obra fundamental que oferece caminhos práticos e reflexivos para psicólogos que atuam na clínica infantojuvenil.
Inspirados por esse livro, trazemos aqui 5 dicas essenciais para o psicólogo que deseja se aprofundar no cuidado com sofrimentos de crianças e adolescentes a partir da Gestalt-terapia.
1. Veja o sofrimento como fenômeno de campo, não como “problema individual”
Uma das contribuições centrais da Gestalt-terapia é a compreensão de que o sofrimento não pertence somente ao sujeito, mas emerge na fronteira de contato entre organismo e ambiente. Isso significa que, ao lidar com ansiedade, depressão, autolesão ou bullying em crianças e adolescentes, o psicólogo precisa olhar para família, escola e comunidade como partes inseparáveis do processo.
👉 Dica prática: ao ouvir o jovem, dê espaço para que a narrativa sobre relações e contextos apareça, não apenas os sintomas.
2. Trabalhe com a diversidade e respeite a singularidade
O livro nos lembra da importância de reconhecer crianças e adolescentes que não se enquadram em normas sociais rígidas, como no caso dos não conformes de gênero ou daqueles com ajustamentos autistas. Em vez de patologizar, a Gestalt-terapia oferece recursos para acolher a diferença como forma legítima de existir.
👉 Dica prática: evite enquadrar o cliente em rótulos. Pergunte sempre: “O que este comportamento expressa neste campo?”
3. Escute a função da autolesão e outras expressões de dor
A autolesão não suicida, cada vez mais presente em adolescentes, não pode ser reduzida a “ato de risco” ou “sintoma a eliminar”. Trata-se muitas vezes de um recurso relacional ou uma forma de regular emoções. O psicólogo precisa escutar sua função no campo familiar e social para que novas possibilidades de expressão possam emergir.
👉 Dica prática: em vez de buscar eliminar a autolesão imediatamente, busque compreender o que ela “diz” e como pode se transformar em outro gesto de contato.
4. Acolha a vulnerabilidade sem perder a presença firme
Na clínica com vítimas de abuso sexual ou em contextos de dor intensa, o psicólogo precisa ser presença segura, que acolhe fragilidades sem invadir, sem precipitar e sem romper o ritmo do cliente. A Gestalt-terapia nos convida a estar inteiros no aqui-agora, favorecendo a construção de confiança.
👉 Dica prática: respeite o tempo da criança/adolescente, ajustando sua intervenção ao ritmo que o campo permite.
5. Valorize também as potências e não só as dores
Um dos maiores aprendizados da obra é o convite a olhar os adolescentes não apenas como sujeitos em crise, mas como portadores de potência, criatividade e descoberta. A clínica gestáltica se torna espaço de invenção, onde o sofrimento ganha voz, mas também se abre espaço para brincar, experimentar e sonhar.
👉 Dica prática: em cada sessão, convide o adolescente a reconhecer não apenas suas dificuldades, mas também suas forças, conquistas e possibilidades.
Conclusão: o psicólogo atuante amplia horizontes
O livro Sofrimentos Infantojuvenis na Abordagem Gestáltica é um recurso indispensável para todo psicólogo que deseja atuar com profundidade na clínica infantojuvenil. Ele mostra que o sofrimento não pode ser reduzido a diagnósticos ou rótulos, mas precisa ser compreendido na relação viva com o mundo.
E se você deseja transformar esse conhecimento em prática profissional sólida, o próximo passo é investir em sua formação.
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