Como contar para uma criança que Papai Noel não existe ?

  • post publicado em 23/12/24 às 09:03 AM
  • Tempo estimado de leitura: 3 minutos

 

Como contar para uma criança que Papai Noel não existe pode ser um tema delicado e, ao mesmo tempo, uma oportunidade para fortalecer vínculos, promover o desenvolvimento emocional e respeitar o tempo da criança. Antes de abordar o assunto, é importante compreender algumas questões fundamentais sobre o impacto do lúdico na infância e como lidar com essa transição.

A Importância do Lúdico na Infância

Até os 7 anos de idade, as crianças vivem em um universo predominantemente lúdico, onde figuras como o Papai Noel, fadas e outros personagens mágicos ajudam a elaborar emoções, construir fantasias e criar histórias que dão sentido ao mundo. Esses elementos são ferramentas importantes para lidar com questões como moralidade, frustração e recompensa. Retirar abruptamente esse aspecto lúdico pode ser prejudicial, especialmente se a criança ainda não estiver pronta para entender ou aceitar a verdade por trás do mito.

Entendendo o Papel do Papai Noel na Vida da Criança

Antes de abordar o tema diretamente, é essencial entender como a criança enxerga o Papai Noel. Para isso, observe e, se necessário, converse de maneira aberta e cuidadosa:

1. Figura de Autoridade: Para algumas crianças, Papai Noel é um “juiz” que recompensa o bom comportamento e pune o mau comportamento. Nesse caso, desmistificar essa figura pode abrir espaço para discussões sobre ética e moralidade, sem a necessidade de um controle externo.

2. Figura de Carinho e Alegria: Para outras, Papai Noel é sinônimo de magia, presentes e celebração. Aqui, o desafio será substituir o encanto do Papai Noel por outras formas de criar memórias afetivas e significativas em família.

3. Tradição Familiar: Em muitos lares, o Papai Noel faz parte de tradições culturais e familiares. Nesse caso, é possível manter a essência da tradição, mesmo que seja de forma adaptada à nova fase da criança.

Como Revelar a Verdade?

A revelação deve ser feita com delicadeza, respeitando o ritmo da criança e, idealmente, respondendo às dúvidas que ela mesma traz. Veja algumas orientações:

1. Espere o Momento Certo: Geralmente, a partir dos 7 ou 8 anos, as crianças começam a questionar espontaneamente a existência do Papai Noel. Essa dúvida é um sinal de que elas já estão prontas para lidar com a verdade.

2. Responda com Empatia e Curiosidade: Quando a criança perguntar diretamente, devolva a questão com curiosidade: “O que você acha sobre isso?” Essa abordagem permite que você avalie o que a criança já sabe e está preparada para ouvir.

3. Explique o Contexto Lúdico e Tradicional: Quando for o momento de contar, explique que o Papai Noel faz parte de uma tradição lúdica criada para tornar o Natal mais mágico e especial, e que agora ela faz parte dos “guardiões do segredo” que ajudam a manter a magia viva para crianças menores.

4. Redefina o Significado: Mostre que o Natal é muito mais do que Papai Noel – é sobre família, amor, generosidade e a alegria de compartilhar momentos. Essa transição ajuda a manter o valor da tradição, mesmo sem a figura mágica.

5. Valide os Sentimentos: Algumas crianças podem se sentir tristes ou até enganadas. Valide esses sentimentos, explique que o objetivo nunca foi enganá-las, mas sim oferecer uma experiência mágica e especial.

Mantendo a Tradição

Mesmo após a revelação, a figura do Papai Noel pode continuar presente na família de forma simbólica, como parte das histórias, decorações ou tradições natalinas. Isso ajuda a criança a compreender que, mesmo sem acreditar literalmente, ela ainda pode se conectar ao espírito do Natal de maneira significativa.

Conclusão

Desmistificar o Papai Noel não é apenas uma questão de revelar a verdade, mas de ajudar a criança a dar um novo significado a essa tradição. O importante é respeitar o tempo de cada criança, ouvir suas dúvidas e usar esse momento como uma oportunidade de fortalecer laços familiares e transmitir valores essenciais.

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Danilo Suassuna
Danilo Suassuna

Dr. Danilo Suassuna Martins Costa CRP 09/3697 CEO do Instituto suassuna, membro fundador e professor do Instituto Suassuna ; Psicoterapeuta há quase 20 anos, é psicólogo, mestre e doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás(PUC-GO);

Especialista em Gestalt-terapia pleo Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestal-terapia de Goiânia (ITGT - GO). Doutor e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008) possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Pós-Doutorando em Educação;

Autor dos livros:

  • Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico;
  • Renadi - Rede de atenção a pessoa idosa;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia; Teoria e Prática;
  • Supervisão em Gestalt-Terapia: O cuidado como figura;

Foi professor da PUC - GO e do ITGT - GO entre os anos de 2006 e 2011; Membro do Conselho Consultivo da Revista da Aborgagem Gestáitica: Phenomenological Studies (RAG), além de consultor Ad - hoc da Revista em Psicologia em Revista (PUC - Minas); Organizador do livro Supervisão em Gestaltt-Terapia, bem como autor de artigos na área da Psicologia; Professor na FacCidade.

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